Conab prevê redução de 8% na safra gaúcha de grãos
10 de abril de 2025

Os números do sétimo levantamento da safra de grãos para o ciclo 2024/2025 evidenciam o efeito da estiagem sobre a previsão de colheita do Rio Grande do Sul.
O estudo realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 10, aponta que o Estado deverá produzir 33,9 milhões de toneladas, uma queda de 8% em relação ao ciclo anterior. A baixa ocorre principalmente na soja, a cultura mais afetada pela escassez hídrica enfrentada pela agricultura gaúcha desde meados de dezembro.
No grupo das principais lavouras, incluindo arroz, milho, trigo e feijão, a soja é a única que registra queda, e, mais ainda, uma redução expressiva de 25,7% na comparação com a safra anterior. A previsão é que o RS produza 14,6 milhões de toneladas. A área plantada está estimada em 6,84 milhões de hectares, um aumento de 1,1%.
A Conab salienta que o aumento do volume e de frequência nas precipitações a partir de fevereiro foram insuficientes para reverter o estresse hídrico. Atualmente, de acordo com a companhia, 35% da área cultivada foi colhida, com qualidade variável dos grãos.
“O Rio Grande do Sul está passando por uma situação dramática na questão climática. A safra de soja foi prejudicada pela escassez de chuva e os calores extremos, o que comprometeu a produtividade da cultura”, diz o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Arroz
Em contrapartida, para arroz, milho, trigo e feijão os prognósticos são de crescimento da colheita. No arroz, a Conab projeta uma safra de 8,3 milhões de toneladas, 15,9% a mais do que em 2023/2024.
A área plantada é estimada em 951,9 mil hectares, uma elevação de 5,7%. O estudo ressalta, porém, que “as ondas de calor durante o enchimento dos grãos aumentaram o percentual de grãos avariados em algumas regiões”. A colheita alcançou 65% da área cultivada.
Feijão
A produção de feijão deve 76,9 mil toneladas, cultivadas em uma área de 48,5 mil hectares. O crescimento na produção em relação ao ciclo passado é de 7,3%. O baixo volume de chuvas e as altas temperaturas no Planalto Superior, principal região produtora do Estado, resultaram em sintomas de estresse hídrico na cultura da 1ª safra.
A Conab avalia que “a retomada das chuvas é essencial para manter as expectativas de boas produtividades”. Nas demais regiões, a colheita está praticamente concluída.
Milho
Para o milho, a projeção de produção é de 5,51 milhões de toneladas, 13,7% a mais do que em 2023/2024. A área de cultivo sofreu uma redução de 11,7%, atingindo 719,6 mil hectares. A colheita alcança 86% da área cultivada.
A estiagem afetou as lavouras durante o desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos, mas, ainda assim, as áreas colhidas até o momento apresentaram boas produtividades.
Trigo
A principal cultura de inverno do Rio Grande do Sul, o trigo, deve totalizar 4,09 milhões de toneladas, um crescimento de 4,4% em relação à safra anterior. Houve redução de 3,8% na área cultivada, mas com provável avanço na produtividade. O início da semeadura está previsto para maio nas regiões de Alto Uruguai, Fronteira Oeste e Missões.
A Conab salienta que, apesar da baixa, o Estado se mantém na quarta posição entre os maiores produtores de grãos, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. Para a área total, estão projetadas 10,45 milhões de hectares, com um crescimento de 0,3%.
Fonte: Correio do Povo