Setor arrozeiro projeta um ano positivo

A cultura do arroz no Rio Grande do Sul também enfrenta um cenário desafiador após as enchentes do ano passado. Municípios como Agudo e Dona Francisca, onde grande parte da produção ocorre às margens dos rios, sofreram impactos significativos. 

Segundo Alexandre Azevedo Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), os danos estruturais afetaram desde canais de aplicação e orientação até os armazéns, elevando os custos de produção em pelo menos 5% nesta safra.

De acordo com ele, o acesso ao crédito também foi outra dificuldade. Para minimizar os impactos, a Federarroz, em parceria com a Associação de Uruguaiana, doou cerca de 50 mil de litros de óleo diesel para os produtores afetados. 

– A expectativa inicial de aumento na área plantada, conforme divulgado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), não se concretizou devido às dificuldades enfrentadas pelos produtores – comenta Velho. A estimativa atual aponta para uma área plantada de aproximadamente 940 mil hectares no Rio Grande do Sul, número que representa um aumento de 3% em relação ao ano anterior, abaixo dos 7% inicialmente previstos.

Mercado e perspectivas para a safra de 2025

Mesmo com a área plantada não aumentando conforme o previsto, a projeção para a safra de 2025 segue otimista. O presidente da Federarroz reforça que não há indicativos de quebra de safra e o aumento na produção no Rio Grande do Sul, no restante do Brasil e no Mercosul deve garantir o abastecimento do mercado interno. “O mercado deve se manter firme na próxima safra. O volume produzido será suficiente para atender à demanda interna e ainda possibilitar uma boa exportação”, projeta Velho.

Ter atenção com o manejo adequado do solo, visando reter umidade, prevenir erosão e tornar o sistema produtivo mais resiliente, é outro fator importante para a produção arrozeira. Com a recuperação das áreas afetadas em andamento e o suporte de entidades do segmento, a expectativa é que o setor supere os entraves e mantenha um bom nível de produtividade em 2025. No entanto, a produção gaúcha de arroz ainda depende de medidas mais eficazes de apoio aos agricultores para garantir estabilidade e crescimento a longo prazo.