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Prévia da inflação tem maior alta para fevereiro em nove anos

Economia

25 de fevereiro de 2025

Prévia da inflação tem maior alta para fevereiro em nove anos
Prévia da inflação tem alta de 1,23% em fevereiro
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

A prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 1,23% em fevereiro de 2025, 1,12 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em janeiro de 2025 (0,11%). As maiores influências vieram dos grupos Habitação, que registrou alta de 4,34% e impacto de 0,63 ponto percentual (p.p) no índice geral, e Educação (4,78% e 0,29 p.p.). Esta é a maior alta do IPCA-15 desde abril de 2022 (1,73%) e a maior para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%).

As únicas taxas negativas vieram dos grupos Vestuário (-0,08% e 0,00 p.p) e Comunicação (-0,06% e 0,00 p.p). Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,96%, acima dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,78%. Os resultados foram divulgados hoje (25) pelo IBGE.

Dos nove grupos pesquisados, Habitação (4,34%) teve o maior impacto (0,63 p.p.) no índice do mês, enquanto Educação apresentou a maior variação (4,78% e impacto de 0,29 p.p.). As demais variações ficaram entre o -0,08% de Vestuário e o 0,61% de Alimentação e Bebidas. No grupo Habitação (4,34%), a energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto positivo no índice (0,54 p.p.), ao avançar 16,33% em fevereiro, após a queda observada em janeiro (-15,46%), em função da incorporação do bônus de Itaipu.

Também em Habitação, o resultado da taxa de água e esgoto (0,52%) é decorrente do reajuste de 6,42% nas tarifas em Belo Horizonte (3,60%) e do reajuste de 6,45% nas tarifas de uma das concessionárias em Porto Alegre (1,79%), vigentes desde 1º de janeiro.

No subitem gás encanado (-0,32%), a variação de 2,01% no Rio de Janeiro foi resultado de um reajuste positivo de 4,71%, com início em 1° de janeiro, e de uma redução média de 1,78% nas tarifas, a partir de 1º de fevereiro; em Curitiba (-1,25%), houve redução de 3,01% nas tarifas, a partir de 1° de fevereiro; e, em São Paulo, a variação de -1,41% reflete a incorporação integral da redução nas tarifas, vigente desde 10 de dezembro de 2024.

Em Educação (4,78%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (5,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (7,50%), do ensino médio (7,26%) e do ensino superior (4,08%).

No grupo Alimentação e Bebidas (0,61% e 0,14 p.p.), a alimentação no domicílio aumentou 0,63% em fevereiro, abaixo do resultado de janeiro (1,10%). As principais variações positivas foram as da cenoura (17,62%) e do café moído (11,63%) e, no lado das quedas, destacaram-se a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%).

A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,93% em janeiro para 0,56% em fevereiro. Tanto a refeição (0,43%) quanto o lanche (0,77%) tiveram variações inferiores às observadas no mês anterior (0,96% e 0,98%, respectivamente).

No grupo dos Transportes (0,44% e 0,09 p.p.), os combustíveis aumentaram 1,88%. Houve aumentos nos preços do etanol (3,22%), do óleo diesel (2,42%) e da gasolina (1,71%), enquanto o gás veicular teve resultado negativo de 0,41%. As passagens aéreas mostraram redução de 20,42%.

Ainda em Transportes, o subitem ônibus urbano apresentou variação de 5,20%. Em Curitiba (-5,11%), a partir de 5 de janeiro, a tarifa modal aos domingos passou a custar metade do valor e, em Fortaleza (0,46%), houve a adoção da tarifa social no dia 31 de dezembro de 2024.

  • São Paulo (14,68%): reajuste de 13,64% a partir de 6 de janeiro;
  • Rio de Janeiro (6,34%): reajuste de 9,30% a partir de 5 de janeiro;
  • Belo Horizonte (5,31%): reajuste de 9,52% a partir de 1º de janeiro;
  • Salvador (5,05%): reajuste de 7,69% a partir de 4 de janeiro;
  • Recife (3,37%): reajuste de 4,87% a partir de 5 de janeiro;

Houve também aumentos no táxi (1,60%). Em Salvador (4,79%), realizou-se a incorporação integral do reajuste vigente desde 1° de janeiro, e, no Rio de Janeiro, o aumento foi de 4,61%, em decorrência do reajuste de 7,83% a partir de 2 de janeiro.

Em São Paulo, foram registrados aumentos de 2,97% no trem e no metrô, em razão do reajuste de 4,00% nas passagens, a partir de 6 de janeiro. A variação de 9,69% na integração transporte público, em São Paulo, é reflexo da combinação dos reajustes citados e de gratuidades concedidas a toda população nos dias de Ano Novo (01/01) e do aniversário da cidade (25/01). No Rio de Janeiro houve reajuste de 7,04% na passagem de trem (2,68%), a partir do dia 2 de fevereiro.

Recife tem a maior variação e Goiânia, a menor

Quanto aos índices regionais, a maior variação foi observada em Recife (1,49%), por conta das altas da energia elétrica residencial (14,78%) e da gasolina (3,74%). Já o menor resultado ocorreu em Goiânia (0,99%) em razão das quedas das passagens aéreas (-26,67%) e do arroz (-2,67%).

Porto Alegre tem a segunda menor prévia da inflação em fevereiro (1,08%). O índice, no entanto, é maior do que o observado na Capital em janeiro (-0,13%). No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 tem elevação de 4,13% na cidade, inferior à média nacional no período (4,96%).

Fonte: Correio do Povo