Veja estádios do Brasil que usam gramado sintético

Nesta terça-feira (18), vários jogadores do futebol brasileiro se manifestaram contra os campos com gramado sintético. Neymar, Gabigol, Lucas Moura, Thiago Silva, Phillipe Coutinho, Dudu, Alan Patrick postaram a seguinte mensagem:

“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. Com o tamanho e representatividade do nosso esporte, esse debate nem deveria existir. Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Futebol é natural, não sintético. #NãoAoGramadoSintético”

Hoje na Série A do Campeonato Brasileiro, apenas o Allianz Parque, estádio do Palmeiras, e o Nilton Santos, casa do Botafogo, usam o gramado artificial. Outro bastante conhecido é a Ligga Arena, do Athletico-PR, que jogará a Série B este ano.

Nilton Santos

Para poder receber shows e ter uma renda extra, o Botafogo passou a adotar o gramado sintético. Os torcedores alvinegros chamam carinhosamente de “tapetinho”

Allianz Parque

No começo do estádio em 2014, a grama era natural. Porém, também com o objetivo de manter um gramado bom para a prática esportiva e também de ter a possibilidade de receber shows, a casa do Palmeiras passou a ter gramado sintético.

Pacaembu

Apesar de não pertencer a nenhum clube, times como Corinthians e São Paulo atuaram no estádio pelo Campeonato Paulista. Sob consessão da Allegra, o Mercado Livre Arena Pacaembu optou pelo sintético, para também ter a oportunidade de receber shows.

Ligga Arena

O estádio do Athletico-PR é o unico do Brasil que possui teto retrátil. Um dos estádios da Copa do Mundo do Brasil de 2014, a FIFA obrigou a fazer altos investimentos para um bom gramado. Por conta da falta de luz natural que bate no gramado, o clube optou por um gramado de manutenção mais barata.

Arena Barueri

Casa alternativa do Palmeiras, a Arena Barueri também possui gramado sintético.

Europa

Considerando as principais Ligas do velho continente, Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanaha, França, Portugal e Holanda, não utilizam gramados sintéticos. Após anos de Barcelona, Luis Suárez, quando jogou o Brasileirão pelo Grêmio, não atuava em estádios com o gramado sintético por evitar uma possível lesão no joelho.

Calor da grama sintética

A onda de calor que afeta o Brasil no começo de 2025 tem impacto nas mais diversas áreas, inclusive no esporte. Temperaturas extremas podem afetar a saúde de atletas e profissionais das mais diversas modalidades.

Segundo a engenheira agrônoma Maristela Kuhn, o gramado artificial pode ser perigoso para a prática de esporte em meio a altas temperaturas.

“Os gramados brasileiros são espécies tropicais, bem resistentes ao calor. Claro que o gramado que não tiver irrigação adequada, se for uma irrigação ruim, aí sim, ele não tem como ser usado. Ele vai ficar todo queimado, porque as temperaturas estão muito exageradas”, disse Kuhn em entrevista.

“Uma comparação que a gente pode fazer é a de estar no centro de uma cidade com asfalto e estar num parque com árvores e com gramado. Você vai medir e a temperatura vai ser muito mais baixa. Existem estudos comparando gramado natural com artificial, na mesma situação, mesmo local, a sol pleno, que (indicam que) o gramado artificial vai ter 20, 30 graus a mais que o gramado natural. Então tem uma diferença muito grande. O gramado sintético é uma estrutura plástica. Aí as temperaturas podem facilmente atingir 80, 90 graus. E queimar o pé dos jogadores, como a gente já viu diversas vezes, pela chuteira mesmo. Cria bolha, queima”, alerta.