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Produtores do RS discordam da estimativa de quebra da soja realizada pela Conab

Agricultura

14 de fevereiro de 2025

Produtores do RS discordam da estimativa de quebra da soja realizada pela Conab
Aprosoja afirma que perdas na lavoura da cultura no Rio Grande do Sul serão muito maiores que 6,1%
Foto: Divulgação

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira, dia 13, a estimativa de queda de 6,1% para a safra da soja no Rio Grande do Sul. A perspectiva de colheita é de 18,45 milhões de toneladas, apesar do aumento da área plantada de 1,1%, que totalizou 6,84 milhões de hectares. O presidente da Associação dos Produtores de Soja no Estado (Aprosoja), Ireneu Orth, calcula, entretanto, que os prejuízos devido à estiagem prolongada que assola metade do território gaúcho serão maiores.

“Seis por cento é muito pouco, será muito mais”, desabafou o dirigente. Respaldado com informações de especialistas, o dirigente exemplifica que nas regiões do Rio Grande do Sul onde não faltou chuva, a média da colheita prevista é de 49,2 sacas por hectares. Conforme ele, o normal seriam 65 sacas por hectare.

Orth revisa ainda outros números, conforme a situação nas regiões mais afetadas pela falta de chuvas.

“A quebra vai ser de 30% a 35%. Mesmo com a chuva não vai recuperar, vai só estancar a queda (nas lavouras)”, antecipa.

Ele acrescenta que dos 22 milhões de toneladas de soja previstos, antes do início do estresse hídrico no Estado, a Aprosoja projeta, neste momento, 16 milhões de toneladas. A estimativa é menor que o divulgado pela Conab nesta quinta-feira.

O dirigente explica que em uma grande área do Estado o período que as lavouras de soja necessitavam de recurso hídrico, para o crescimento e o preenchimento dos grãos, já passou. As próximas ocorrências de chuvas, conforme Orth, apenas evitam que os mesmos fiquem de constituição mais miúda.

“Nós vamos ter prejuízos de zero a 100%, dependendo da localização das lavouras”, enfatizou.

O presidente da Aprosoja destaca que o Brasil tem perspectiva recorde de produção de grãos (no geral), de 325,7 milhões de toneladas pelos números da Conab. A perspectiva desse resultado, entretanto, não será pela performance das lavouras do Rio Grande do Sul.

“Nós éramos o maior produtor do país, caímos para segundo (Mato Grosso). Depois o Paraná nos passou e estamos sujeitos a Goiás nos ultrapassar também. Vamos saber no fim da safra”, alertou.

Entretanto, Orth pontua que o Rio Grande do Sul é muito rico em pessoas, diversidade de campo e atividades industriais. De acordo com os dados divulgados pela Conab, os gaúchos são responsáveis por 11,3% da produção nacional. A entidade projetou que o Estado deve obter a terceira maior safra de grãos (geral) da história, totalizando 36,7 milhões de toneladas.

O número representa uma queda de 0,2% em relação à safra de 2023/2024, mesmo sendo um dos maiores volumes da série histórica. O cultivo de grãos ocorre em 10,44 milhões de hectares, um aumento de 0,3% na área.

Referente à performance da cultura do milho gaúcho, a Conab prevê 4,8 milhões de toneladas do cereal, o que representa 0,4% a menos do que no ciclo anterior. A atual área destinada ao plantio soma 719,6 mil hectares e apresenta redução de 11,7%.

Já o trigo, principal cultura de inverno, deve somar 4 milhões de toneladas na safra de 2025. A alta é de 4,4% em relação ao colhido no ano passado. Na área plantada, a previsão é de 1,28 milhão de hectares, uma redução de 3,8%. O plantio do cereal ocorre normalmente nos meses de junho e julho. Os números de área, bem como de produtividade, são baseados em modelos estatísticos.

Fonte: Correio do Povo