Projeção da quebra da safra soja deve ser anunciada na Expodireto
12 de fevereiro de 2025

Durante a 25ª Expodireto, que acontece em Não-Me-Toque entre os dias 10 e 14 de março, a Emater-RS/Ascar deve apresentar um relatório consolidado sobre a quebra na safra de soja 2023/2024 no Rio Grande do Sul. A promessa é do diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera. A estiagem, que atinge metade do território do Estado, há mais de 40 dias, tem causado prejuízos à oleaginosa.
“Nós ainda não estamos trabalhando com dados quantitativos, estimando o quanto da safra será quebrada, por causa da distribuição das chuvas que ocorrem de forma heterogênea nas regiões”, explica Baldissera.
O diretor admite, porém, que em algumas lavouras as operações de colheita não se viabilizam mais. “Em algumas a perda é total”, destaca. Segundo Baldissera, é muito difícil fazer a projeção da repercussão da estiagem neste momento.
“É muito provável que na Expodireto teremos esse mapeamento”, antecipa, complementando que as equipes da instituição estão orientadas e trabalhando nos laudos.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, afirmou, no início do mês de fevereiro, que compreende a cautela da Emater, nesse momento, em fazer uma projeção sobre a quebra da safra.
“É muito difícil, pois é muito diferente de um produtor para outro”, observou.
A Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou ontem, dia 11, levantamento dos prejuízos causados pelas estiagens dos últimos anos no Estado. De 2020 a 2024, o Rio Grande do Sul não registrou perdas apenas em 2021, acumulando um total de R$ 106,5 bilhões que, aplicando o IPCA, chega a R$ 117,8 bilhões. Considerando todo o agronegócio, incluindo a agropecuária, indústria, serviços e impostos indiretos o total chega a R$ 319,1 bilhões. O valor é equivalente a 49% do PIB do Estado tendo como referência a estimativa preliminar de 2023, que é de R$ 645,3 bilhões. Para o cálculo foram utilizadas as culturas de arroz, soja, milho e trigo.
O economista-chefe da Farsul, Antonio Da Luz, analisa o impacto.
“O Rio Grande do Sul perdeu quase metade de um PIB inteiro por conta das estiagens. Somente os produtores perderam R$ 117 bilhões. É algo sem precedentes na história econômica do estado”, declarou.
Fonte: Correio do Povo