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Dólar cai e fecha em R$ 5,77, menor patamar desde novembro; bolsa recua

Economia

05 de fevereiro de 2025

Dólar cai e fecha em R$ 5,77, menor patamar desde novembro; bolsa recua
Painel da B3, em São Paulo
06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

O dólar e o Ibovespa fecharam em queda nesta terça-feira (4) à medida que os investidores avaliaram o conflito comercial entre Estados Unidos e China e a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central.

No final da sessão, a moeda norte-americana registrou um recuo de 0,76%, cotado a R$ 5,7719 na venda. Entre as mínimas, a cotação chegou a bater R$ 5,75. Este é o menor patamar da divisa desde 18 de novembro, quando encerrou em R$ 5,75.

Apesar do movimento contido em algumas sessões, desde 17 de janeiro o dólar não fecha um dia em alta, totalizando agora 12 sessões consecutivas em queda. Esta é a maior sequência negativa em 20 anos, desde o período entre 24 de março e 13 de abril de 2005, quando o dólar fechou em baixa por 14 sessões consecutivas.

Na segunda-feira (3), a divisa à vista fechou em baixa de 0,34%, a R$ 5,8159, a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado.

Acompanhando o viés negativo, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, fechou em baixa de 0,65%, aos 125.147,42 pontos.

O movimento vai na direção oposta ao visto em Wall Street e na maior parte das praças da Europa.

China e EUA

Os mercados reagiam nesta sessão ao aumento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, após a China anunciar a imposição de tarifas de importação retaliatórias contra os EUA, depois que taxas implementadas pelo presidente Donald Trump entraram em vigor mais cedo.

Trump havia afirmado no fim de semana que adotaria tarifas adicionais de 10% sobre os produtos chineses, além de taxas de 25% sobre as importações de México e Canadá, mas suspendeu a medida contra os vizinhos após conversas com os líderes de ambos os países, que prometeram fortalecer o controle da fronteira com os EUA.

Depois que as tarifas sobre a China entraram em vigor às 02h01 (horário de Brasília) desta terça, o Ministério das Finanças chinês disse que adotará taxas de 15% sobre o carvão e o GNL dos EUA e 10% para o petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns caminhões, entre outras ações.

Uma vez que o conflito comercial pode prejudicar ainda mais a economia da China, maior importador de matérias-primas do mundo, o dólar avançava sobre moedas de países emergentes que têm o país asiático como importante parceiro comercial, recuperando as perdas da véspera.

A divisa dos EUA ganhava sobre o peso mexicano e o rand sul-africano.

Cenário doméstico

No Brasil, o espaço para ganhos da moeda norte-americana era menor, uma vez que o dólar vem passando por um contínuo movimento de correção no início deste ano, acumulando 11 sessões seguidas de perdas.

Alguns analistas também não descartam a possibilidade de que as tensões entre EUA e China tenham o mesmo resultado que as ameaças de Trump sobre México e Canadá, o que inibe um aumento de posições compradas no dólar.

“A retórica super agressiva de Trump parece ser, de fato, o que todos suspeitavam desde o início: uma grande alavanca para negociar acordos comerciais e atender outros objetivos políticos”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

“Isso significa que os ganhadores da guerra comercial — o dólar e moedas porto-seguro — podem enfrentar algumas correções”, completou.

Para além da questão comercial, o mercado brasileiro ainda avaliava a ata da última reunião do Copom, em que os membros elevaram a Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, pelo segundo encontro consecutivo, sinalizando um aumento da mesma magnitude em março.

Na ata, o BC elencou a desancoragem das expectativas de inflação, o grau de sobreaquecimento da economia e o impacto de políticas econômicas sobre o câmbio como riscos relevantes para o debate de política monetária.

A autarquia também apontou que, ainda que parte dos riscos de alta para os preços à frente tenha se materializado, o Comitê julgou que eles seguem presentes prospectivamente.

Na frente de dados, o IBGE informou que os preços ao produtor no Brasil aceleraram a alta em dezembro e encerraram 2024 com avanço acumulado de 9,42% sob a pressão de alimentos.

Fonte: CNN