Sociedade de Oftalmologia do RS alerta para o perigo de colírios ilegais
27 de janeiro de 2025

Um aumento expressivo na venda de colírios anunciados como “milagrosos” em sites e redes sociais acendeu o alerta da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (Sorigs). Esses produtos, em sua maioria sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são divulgados com promessas tentadoras, como curar doenças oculares, tratar alergias, melhorar a visão sem óculos, clarear a esclera e até substituir cirurgias. Contudo, especialistas alertam para os riscos graves associados ao uso indiscriminado.
De acordo com o oftalmologista Bruno Schneider de Araujo, presidente da Sorigs, esses produtos frequentemente utilizam depoimentos fictícios para impulsionar as vendas e atraem consumidores com promessas de soluções rápidas e indolores. “Na grande parte, vendidos na internet, são colírios sem registro na Anvisa que prometem resultados rápidos e soluções duvidosas para problemas oculares sem a necessidade de consulta médica”, explicou Araujo.
Riscos para a saúde ocular
Os danos potenciais desses colírios são significativos. A Sorigs destacou que o uso sem orientação médica pode resultar em:
- Infecções oculares graves, como ceratites e conjuntivites químicas;
- Danos irreversíveis à córnea e à esclera devido à presença de substâncias tóxicas ou irritantes;
- Retardo no diagnóstico de doenças graves, como glaucoma e catarata, devido ao alívio sintomático momentâneo.
“Somente medicamentos registrados garantem qualidade e segurança”, reforçou o presidente da Sorigs, destacando que os produtos sem registro na Anvisa carecem de comprovação científica e são comercializados ilegalmente. Para serem classificados como medicamentos, esses colírios precisariam passar por rigorosos processos de regularização e fiscalização.
Recomendações aos consumidores
A Sorigs orienta os consumidores a adquirirem colírios apenas em farmácias confiáveis e regulamentadas, evitando produtos anunciados com promessas milagrosas. Além disso, é fundamental buscar orientação profissional antes de utilizar qualquer tipo de medicamento ocular. Em casos de sintomas como vermelhidão, dor ou dificuldade visual após o uso de colírios duvidosos, é essencial consultar um oftalmologista imediatamente.
O alerta da Sorigs reforça a importância da conscientização dos consumidores para os perigos associados a medicamentos sem registro e o papel da regulação sanitária na proteção da saúde ocular.