Sonda da Nasa entra para a história ao atingir a maior aproximação do Sol até o momento
25 de dezembro de 2024
A sonda solar Parker da Nasa entrou para a história nesta terça-feira (24) ao voar mais perto do Sol do que qualquer outra espaçonave. A sonda teve seu escudo térmico exposto a temperaturas escaldantes de mais de 930 graus Celsius. Lançada em agosto de 2018, ela iniciou uma missão de sete anos para coletar dados científicos do astro e ajudar a prever eventos climáticos espaciais que poderiam afetar a vida em nosso planeta.
O sobrevoo histórico desta terça-feira deveria acontecer exatamente às 8h53 de Brasília, mas os cientistas da missão precisam aguardar até sexta-feira para obter a confirmação exata, pois o contato com a sonda é perdido por vários dias devido à proximidade com o Sol.
“Este é um exemplo das missões ousadas da Nasa, fazendo algo que ninguém fez antes para responder a perguntas de longa data sobre o nosso universo. Estamos ansiosos para receber a primeira atualização de status da nave e começar a receber os dados científicos nas próximas semanas”, disse Arik Posner, cientista do programa Parker Solar Probe, em um comunicado.
O escudo térmico da Parker é tão eficaz que os instrumentos internos da sonda permanecem em uma temperatura ambiente de cerca de 29°C enquanto ela continua sua exploração da atmosfera externa do Sol, chamada de coroa.
A Parker também se desloca a um ritmo vertiginoso, de quase 690 mil km/h, rápido o suficiente para voar de Washington, capital dos Estados Unidos, a Tóquio, no Japão, em menos de um minuto.
“Nenhum objeto feito pelo homem jamais passou tão perto de uma estrela, portanto a Parker realmente enviará dados de um território desconhecido”, disse Nick Pinkine, gerente de operações da missão no Laboratório de Física Aplicada (APL) da Johns Hopkins, na cidade de Laurel, estado de Maryland.
Em seu desafio às condições extremas, Parker tem ajudado os cientistas a desvendar alguns dos maiores mistérios do Sol: como se origina o vento solar, porque a coroa é mais quente do que a superfície abaixo e como se formam as ejeções de massa coronal (nuvens maciças de plasma ejetadas no espaço).
Fonte: AFP