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De pai para filho: 7 em cada 10 casos de TDAH são hereditários

por Daiane Giesen
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A descoberta do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em filhos frequentemente leva pais a perceberem que também podem ter a condição, de acordo com o psiquiatra Luis Augusto Rohde. Ele é professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e vice-presidente do Conselho Científico da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), que estima que cerca de 2 milhões de adultos brasileiros sejam afetados pelo TDAH.

Os sintomas do TDAH em crianças, como interromper tarefas, agir impulsivamente e ter dificuldade em se manter calmo, frequentemente geram identificação nos pais. O coeficiente de hereditariedade do TDAH é significativamente alto, chegando a 0,75, sendo superado apenas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA) com 0,8.

Na fase adulta, os sintomas predominantes do TDAH incluem desatenção, procrastinação e impulsividade. A maioria dos pais opta pelo tratamento quando percebe a condição em seus filhos. O tratamento envolve medicação e psicoterapia. No entanto, há casos em que os pais resistem ao tratamento, acreditando que seus filhos podem superar as dificuldades por conta própria.

O diagnóstico do TDAH envolve a aplicação de um questionário desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) com 18 sintomas. Se pelo menos 12 sintomas forem observados em crianças ou adolescentes, ou 10 em adultos, a atenção é direcionada para a condição. A presença desses sintomas antes dos 12 anos e seu impacto em diferentes ambientes podem indicar a necessidade de avaliação.

É importante notar que nem todos os pais de crianças com TDAH também têm a condição. O psiquiatra Elton Yoji Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) em São Paulo, ressalta que a falta de atenção não é exclusivamente ligada ao TDAH e pode ser causada por situações rotineiras, estresse ou outros transtornos como ansiedade e depressão. Portanto, é fundamental evitar simplificar o diagnóstico.

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