Três pessoas morreram depois que um terremoto de magnitude 7,1 abalou uma parte montanhosa e remota da região ocidental de Xinjiang, na China, no início desta terça-feira (23).
A emissora estatal CCTV informou que mais cinco pessoas ficaram feridas e 12.426 foram retiradas das áreas afetadas.
O terremoto atingiu o condado de Wushi, também conhecido como condado de Uqturpan, na prefeitura de Aksu, perto da fronteira com o Quirguistão logo após às 2h, hora local, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
Fortes tremores causaram o colapso de duas casas e derrubaram duas grandes linhas de energia perto do epicentro, embora a eletricidade tenha sido rapidamente restaurada, de acordo com a Xinhua, e tremores foram sentidos em países da Ásia Central a centenas de quilômetros de distância.
Missões de resgate estão ocorrendo em clima frio, com temperaturas esperadas para atingir menos 23 graus Celsius no condado de Wushi nos próximos três dias, a Agência Meteorológica da China disse nesta terça-feira (23).
A autoridade ferroviária de Xinjiang imediatamente isolou rotas em áreas afetadas pelo terremoto e suspendeu 27 trens, informou a Xinhua.
Três pessoas foram hospitalizadas em um município a 26 quilômetros do epicentro, informou a emissora estatal CCTV. Uma criança foi resgatada dos escombros de sua casa naquele município, disse a emissora.
Cerca de 200 equipes de resgate foram enviadas para a zona do terremoto, e centenas mais estão sendo montadas, informou a Xinhua.
Mais de 50 réplicas acima da magnitude 3 foram relatadas a partir de 11h de terça-feira (23), de acordo com o Centro de Redes de Terremoto da China.
Impacto regional
O epicentro do terremoto foi em uma área remota, montanhosa e escassamente povoada a uma altitude acima de 3.000 metros (9.842 pés), disse a CCTV.
Cinco aldeias estão localizadas em um raio de 20 quilômetros do epicentro, que fica a cerca de 50 quilômetros da principal área urbana do condado de Wushi, informou a Xinhua.
O condado de Wushi tem uma população de 205 mil pessoas, de acordo com o último censo da China em 2020.
Vídeos postados por moradores de Xinjiang nas mídias sociais chinesas mostram luzes balançando e batendo no chão, e multidões se abrigando nas ruas, envoltas em jaquetas e cobertores de inverno, com temperaturas noturnas caindo até -10 graus Celsius.
Os tremores também foram sentidos através da fronteira no Quirguistão, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
No Cazaquistão, pelo menos 44 pessoas ficaram feridas na maior cidade do país, Almaty, após o terremoto, disseram autoridades nesta terça-feira (23). O terremoto também foi sentido no Uzbequistão, informou a Reuters.
Os residentes nas áreas rurais do sul e oeste de Xinjiang são principalmente uigures, uma minoria étnica predominantemente muçulmana que tem sido alvo de uma grande repressão do governo chinês nos últimos anos, desde a detenção em massa até restrições rigorosas à vida religiosa e cultural.
Um relatório da ONU disse que a China cometeu “graves violações dos direitos humanos” contra uigures que podem equivaler a “crimes contra a humanidade” – acusações que Pequim negou veementemente.
Em dezembro, um forte terremoto matou mais de 100 pessoas nas províncias de Gansu e Qinghai, no noroeste da China, o terremoto mais mortal que atingiu o país em nove anos.