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“Sala secreta” decorada por Michelangelo em 1530 será aberta ao público na Itália

por Daiane Giesen
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Michelangelo Buonarroti é conhecido por obras como a estátua de David, os afrescos do chão ao teto da Capela Sistina e a cúpula de São Pedro, que domina o horizonte de Roma.

Mas é a obra menos bombástica de Michelangelo que é exposta ao público pela primeira vez na “sala secreta” do artista em Florença.

O pequeno espaço fica abaixo das Capelas Médici, em Florença, na Itália, onde o artista esculpiu tumbas complexas para membros da família Médici, atrás da igreja de San Lorenzo, na Sagrestia Nuova, ou Nova Sacristia.

Em 1975, durante as obras de criação de uma nova saída para o recinto, um restaurador que realizava a limpeza descobriu múltiplos desenhos de figuras humanas sob duas camadas de gesso num corredor por baixo da sacristia que servia para armazenar carvão.

O espaço estreito tem cerca de 10 metros comprimento, 3 metros de largura e 2,5 metros de altura.

As figuras – esboçadas em carvão e sanguínea (giz de cera cor de ferrugem), muitas vezes umas sobre as outras, e de tamanhos diferentes – foram atribuídas a Michelangelo por Paolo Dal Poggetto, ex-diretor das Capelas Médici.

Acredita-se que o artista tenha se escondido no espaço claustrofóbico por várias semanas em 1530, quando o papa Clemente VII – membro da família Médici, que havia retornado recentemente ao poder em Florença, tendo sido expulso por um governo republicano para quem Michelangelo havia trabalhado – ordenou sua morte.

A sentença de morte foi rescindida dois meses depois, e Michelangelo voltou a trabalhar em Florença, antes de se mudar para Roma quatro anos depois.

Acredita-se que os desenhos sejam esboços para obras futuras, incluindo as pernas de uma das estátuas da Sacristia Nova.

“Este local proporciona ao visitante de hoje a experiência única de poder entrar em contato direto não só com o processo criativo do maestro, mas também com a percepção da formação de seu mito como artista divino”, disse Francesca de Luca, curadora do Museu das Capelas dos Médici, em comunicado.

Paola D’Agostino, diretora dos Museus Bargello, dos quais as capelas fazem parte, disse que a restauração tem sido “um trabalho demorado, constante e meticuloso”.

O espaço nunca esteve aberto regularmente ao público antes, mas abrirá para visitas no dia 15 de novembro a um número muito limitado, a fim de preservar os desenhos. Poderão visitar no máximo 100 pessoas por semana, em grupos de quatro, e as visitas de 15 minutos ocorrerão todos os dias, exceto terças e domingos.

A localização, em uma escada estreita, significa que não é acessível a visitantes com deficiência ou crianças menores de 10 anos.

Os bilhetes custarão 20 euros, cerca de R$ 105, embora os visitantes também devam pagar a entrada no local (10 euros, ou R$ 52) mais uma taxa de reserva de 3 euros (R$ 15). As reservas estão abertas até 30 de março, já que a abertura é apenas experimental.

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