Nesta quarta-feira (17), foi divulgada a primeira digitalização em 3D e em tamanho real dos destroços do Titanic, oferecendo aos cientistas uma valiosa ajuda para compreender com maior precisão as condições do histórico naufrágio.
Utilizando cartografia de águas profundas, foram criadas imagens inéditas em alta resolução, revelando detalhes impressionantes da reconstrução dos restos do navio afundado a quase 4 mil metros de profundidade. A reconstrução foi realizada no ano passado pela empresa de cartografia náutica Magellan LTD em colaboração com a Atlantic Productions, responsável pela produção de um documentário sobre o projeto.
O RMS Titanic, famoso transatlântico, afundou em sua viagem inaugural de Southampton, na Inglaterra, até Nova York, em abril de 1912, após colidir com um iceberg. O navio, que era o maior do mundo na época, quando foi fretado, transportava 2.224 passageiros e tripulantes, dos quais mais de 1.500 perderam a vida. Desde sua descoberta em 1985, a cerca de 650 quilômetros da costa do Canadá, os destroços têm sido explorados em diversas ocasiões. No entanto, nunca foi possível capturar o navio em sua totalidade com as câmeras.
Uma série de submarinos controlados remotamente, operados a partir de um navio especializado, passaram mais de 200 horas inspecionando os destroços do Titanic no fundo do Oceano Atlântico e registraram mais de 700 mil imagens para a versão digital.
Seguindo diretrizes estritas para evitar danos aos restos, eles não foram autorizados a tocar em nada. Gerhard Seiffert, diretor da Magellan Ltd, líder da expedição, explicou à BBC que o desafio adicional foi mapear cada centímetro quadrado, incluindo partes aparentemente insignificantes, como a lama entre os destroços, que ainda são importantes para preencher os espaços entre os objetos de interesse.
As imagens revelam as seções da popa e da proa separadas e cercadas pelos destroços do navio, como se tivesse sido levantado do fundo do mar. Detalhes minuciosos, como o número de série de uma das hélices, são claramente visíveis. A nova digitalização pode fornecer respostas precisas sobre o que realmente aconteceu com o transatlântico, enquanto historiadores e cientistas correm contra o tempo, já que os destroços continuam a se deteriorar.