O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico em Brasília nesse sábado (19) e teve um ferimento na cabeça. A viagem que faria à Rússia na tarde deste domingo (20) foi cancelada. Conforme o boletim médico divulgado neste domingo, Lula deu entrada no Hospital Sírio-Libanês da capital federal com um “ferimento corto-contuso em região occipital” – ou seja, um corte na nuca.
Os médicos avaliaram que o caso não é grave. Mas, por precaução, o cardiologista Roberto Kalil Filho orientou Lula a não fazer viagens de longa duração.
“Após avaliação da equipe médica, foi orientado evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades. Permanece sob acompanhamento de equipe médica, aos cuidados do Prof. Dr Roberto Kalil Filho e Dra Ana Helena Germoglio”, informa o boletim do Sírio-Libanês.
Com isso, Lula cancelou a viagem que faria para a Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia. O governo não informou se a viagem dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) está mantida.
“O presidente irá participar da Cúpula dos Brics por meio de videoconferência e terá agenda de trabalho normal essa semana em Brasília, no Palácio do Planalto”, informou a Presidência da República.
Lula embarcaria na tarde deste domingo da Base Aérea de Brasília. O evento na Rússia começa na próxima terça (22). Na programação, havia expectativa também de reuniões bilaterais com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.
Lula tem 78 anos. Há pouco mais de um ano, em setembro de 2023, o presidente fez uma artroplastia total do quadril direito – uma cirurgia para substituir, por uma prótese, a cartilagem desgastada naquela região do corpo.
Há poucas semanas, quando o procedimento completou um ano, Lula passou por exames de revisão.
Putin anfitrião do Brics
A cúpula tem atividades previstas de terça (22) a quinta-feira (24) e terá como anfitrião o presidente russo Vladimir Putin, que não participou da reunião do ano passado, na África do Sul, em razão do risco de ser preso por conta de um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) expedido por crimes de guerra na Ucrânia.
De acordo com o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, não há um tópico específico na agenda da cúpula para discutir a guerra entre Rússia e Ucrânia, que se arrasta há mais de dois anos, porém o assunto poderá ser abordado caso os líderes tenham interesse.
Na sexta-feira (18), o presidente russo, Vladimir Putin, anfitrião do encontro do Brics, afirmou que não irá comparecer à cúpula do G20, que será realizado daqui a um mês, no Brasil. A declaração aconteceu quatro dias após o procurador-geral da Ucrânia pedir às autoridades brasileiras que cumprissem o mandado de prisão contra ele, expedido pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023, caso ele viesse ao evento, que acontecerá no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro.
“Minha possível visita prejudicaria o trabalho do G20. Vamos descobrir quem apresentará a Rússia”, disse Putin.
Apesar da decisão, o presidente russo manteve a posição oficial do Kremlin e afirmou que não reconhece o Tribunal Penal Internacional. Putin também disse que a Rússia tem “boas relações com o Brasil” e um acordo poderia ser assinado para “contornar o veredito”, já que “tais vereditos são fáceis de ignorar”.
O presidente russo garantiu que suas tropas estão preparadas para continuar lutando até garantirem a vitória no conflito, que “quer paz duradoura” na Ucrânia e acusou a Otan de estar usando tropas ucranianas em uma luta contra a Rússia.
Putin afirmou que era “equilibrada a proposta conjunta da China e do Brasil para acabar com a guerra na Ucrânia, apresentada em maio. Segundo ele, um acordo nesses moldes poderia fornecer uma boa base para encontrar uma solução.
O texto pede a redução da tensão e a retomada do diálogo direto sem exigir que a Rússia retire suas forças do território ucraniano. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou a iniciativa por servir aos interesses de Moscou. As informações são do portal de notícias G1.
Fonte: O Sul