Nesta quarta-feira (20), a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que o governo federal procederá com a redistribuição das doses não utilizadas da vacina contra a dengue. Isso resultará em uma ampliação da cobertura vacinal em diversos municípios brasileiros, embora a lista dos beneficiados ainda não tenha sido finalizada.
Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde, informou que, de um total de 1,2 milhão de doses distribuídas pelo país, apenas 465 mil foram administradas. A distribuição inicial, divulgada em janeiro pelo ministério, abrangeu 521 cidades de 16 estados, baseada no número de casos confirmados naquela época, excluindo, por exemplo, a cidade de São Paulo.
A Ministra explicou que o critério para a redistribuição será priorizar os municípios que tenham declarado situação de emergência devido à dengue. Essa ação visa evitar o desperdício das doses não utilizadas, além de ampliar o alcance da imunização.
É garantido que aqueles que já receberam a primeira dose terão acesso à segunda. As doses remanescentes serão recolhidas pelo ministério e redistribuídas conforme a necessidade.
Ethel Maciel mencionou a possibilidade de expandir a faixa etária para uso das doses paradas, porém, isso exigiria tempo para análise técnica-científica, o que poderia atrasar a redistribuição.
Em paralelo, o ministério espera a chegada de cerca de 6 milhões de doses adicionais, o que contribuirá para aumentar a cobertura vacinal.
Apesar do aumento de imunizantes disponíveis, a Ministra alertou que a situação da dengue continua alarmante e que a vacinação é parte de uma estratégia a médio e longo prazo, mas não uma solução imediata para a epidemia.
Algumas das doses não utilizadas não estão relacionadas à recusa da vacina, mas sim à incompatibilidade com outras vacinas do calendário ou a condições de saúde de indivíduos que apresentam sintomas de dengue.
Atualmente, o Brasil registra 1.937.651 casos prováveis de dengue, com 630 mortes confirmadas e 1.009 óbitos em investigação. Dos casos, 16.494 são considerados graves. O coeficiente de incidência é de 954,2 casos por 100 mil habitantes, ultrapassando o limiar epidêmico estabelecido pela Organização Mundial da Saúde.