Na tarde desta sexta-feira (10), a Assembleia Geral das Nações Unidas fez história ao aprovar, com amplo apoio de 143 países, uma resolução que concede “direitos e privilégios adicionais” à Palestina. O projeto, apresentado pelos Emirados Árabes Unidos em nome do Grupo de Países Árabes e co-patrocinado por cerca de 40 nações, recebeu nove votos contrários e 25 abstenções, em uma votação que envolveu os 193 estados-membros da ONU.
Entre os novos direitos concedidos aos palestinos está a obtenção de um assento entre os estados-membros da Assembleia Geral, em ordem alfabética, além da permissão para apresentar propostas individualmente ou em nome de um grupo, solicitar o direito de resposta, fazer declarações e solicitar modificações na agenda, entre outros.
A resolução também faz um apelo ao Conselho de Segurança da ONU para reconsiderar favoravelmente o pedido de adesão plena da Palestina à organização. Ela pede ainda que o secretário-geral da ONU, António Guterres, “tome as medidas necessárias para implementar a presente resolução”.
Contudo, a decisão não foi unânime. Países como Israel, Estados Unidos e Hungria votaram contra o texto, enquanto nações como Ucrânia, Itália, Reino Unido, Alemanha e Canadá se abstiveram. Os Estados Unidos, um aliado inabalável de Israel, já haviam anunciado sua intenção de votar contra a resolução antes mesmo da votação, imitando outros estados-membros a seguirem o mesmo caminho.
É importante ressaltar que a resolução especifica que os direitos reivindicados pela Palestina, que representam uma melhoria em seu estatuto de Estado Observador, devem ser considerados “uma exceção e não tomados como um precedente”. Essa votação marca um avanço significativo nas relações internacionais e no reconhecimento dos direitos do povo palestino, mas também evidencia as divisões profundas que persistem na comunidade internacional em relação ao conflito no Oriente Médio.