O número de nascimentos prematuros aumentou em quase um terço em Gaza, sitiada por israelenses, no mês passado, à medida que as mães sofrem crescente estresse e trauma, disse a instituição de caridade britânica Oxfam nesta quinta-feira (23).
Dezenas de bebês prematuros foram resgatados de um hospital no norte de Gaza e transferidos para o Egito depois que o local foi bombardeado.
A parte norte do território foi atacada na campanha militar de seis semanas de Israel contra o Hamas, em Gaza, e nenhum dos hospitais da região está funcionando normalmente.
Juzoor, uma organização parceira da Oxfam que está apoiando centenas de mulheres grávidas em Gaza, disse que o número de nascimentos prematuros aumentou em 25-30% no último mês, atribuindo o aumento às dificuldades enfrentadas pelas mães que tiveram que fugir de suas casas devido ao bombardeio e sofreram estresse e trauma.
Os bebês prematuros são mais suscetíveis a doenças e Juzoor disse que pelo menos um recém-nascido morreu em cada um de seus 13 abrigos para pessoas deslocadas no norte de Gaza, no mês passado.
Mesmo antes do conflito atual, Gaza tinha uma alta taxa de mortalidade infantil, com mortes de recém-nascidos representando 68% do total, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Sally Abi Khalil, diretora regional do Oriente Médio da Oxfam, disse que algumas mães deslocadas tiveram que dar à luz em salas de aula lotadas, sem apoio médico ou higiene básica.
“Eu não acho que haja alguém em qualquer lugar do mundo que discorde que seja simplesmente desumano”, disse ela.