Na segunda-feira, (25), vários grupos que advogam pelos direitos dos imigrantes manifestaram condenação em relação ao novo acordo entre os Estados Unidos e o México. De acordo com o pacto, o México compromete-se a “despressurizar” suas cidades fronteiriças através da deportação de pessoas que tentam atravessar a fronteira e retorná-las aos seus países de origem.
Nicole Elizabeth Ramos, diretora do projeto de direitos fronteiriços do Al Otro Lado, declarou que o anúncio desse acordo não é surpreendente nas relações entre os Estados Unidos e o México.
Alguns dos grupos pró-imigrantes estão apelando ao governo dos EUA para restaurar o direito de buscar asilo nos portos de entrada, aumentar a capacidade de triagem dos requerentes de asilo e fornecer financiamento adequado para governos locais e organizações comunitárias que continuam a prestar serviços aos requerentes de asilo.
O acordo entre os governos dos Estados Unidos e do México foi alcançado em resposta a um aumento nas travessias irregulares de imigrantes na fronteira sul dos Estados Unidos, que recentemente atingiu níveis semelhantes aos anteriores à expiração do Título 42, com 8.000 detenções fronteiriças em um único dia. Após o término do Título 42, o número de prisões diárias caiu drasticamente para 3.500 por dia.
Devido à migração em massa que ocorre no Hemisfério Ocidental, houve um aumento adicional nas travessias, levando os governos dos EUA e do México a buscar uma maneira de aliviar a pressão sobre as cidades do norte do México, como El Paso, Eagle Pass, no Texas, e San Diego, na Califórnia, que fazem fronteira com os Estados Unidos.
Para atingir esse objetivo, eles lançaram um plano de deportação de imigrantes que visa enviar as pessoas de volta aos seus países de origem. Além disso, implementaram uma série de medidas para evitar que o sistema ferroviário seja utilizado como meio de acesso à fronteira dos Estados Unidos.
Embora o governo dos EUA tenha introduzido medidas para facilitar a entrada legal de migrantes no país, como a aplicação móvel CBOne para evitar travessias ilegais e centros de imigrantes em alguns países do Hemisfério Ocidental para que os imigrantes possam apresentar pedidos de visto, o desespero e a desinformação promovidos por contrabandistas levaram muitos imigrantes a tentar cruzar a fronteira de qualquer maneira.
Por essa razão, autoridades mexicanas e norte-americanas concordaram em implementar diversas ações, incluindo aquelas em coordenação com a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e a Ferromex, para atender às necessidades do sistema ferroviário e dissuadir os imigrantes de arriscarem suas vidas ao viajar de trem, conforme relatado pelo Instituto Nacional de Migração do México.
