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Dinastia Assad chega ao fim na Síria após meio século de poder

Família começou a governar o país por meio de um golpe de Estado ainda nos anos 1970

por Daiane Giesen
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A dinastia Al-Assad, do pai Hafez até o filho Bashar, governou a Síria com mão de ferro durante mais de 50 anos, antes de sua queda no fim de semana após uma ofensiva relâmpago dos rebeldes.

Hafez chega ao poder

Em 16 de novembro de 1970, o general Hafez al-Assad, então ministro da Defesa, toma o poder com um golpe de Estado.

Em 12 de março de 1971, ele é eleito por referendo e se torna o primeiro presidente sírio integrante da minoria muçulmana alauita (10% da população). A maioria da população é sunita.

Guerra contra Israel

Em 6 de outubro de 1973, Egito e Síria lançam uma ofensiva contra Israel, no oeste, ao longo do canal de Suez, e no leste, nas Colinas de Golã, para obrigar o país a devolver os territórios conquistados na guerra de 1967.

Após vários reveses, o Exército israelense recupera a vantagem ao custo de grandes perdas. Em 1974, um acordo de retirada das Colinas de Golã é assinado.

Intervenção no Líbano

Em junho de 1974, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, anuncia em Damasco o restabelecimento das relações diplomáticas, interrompidas em 1967.

Dois anos depois, as tropas sírias entram no Líbano, com o apoio de Washington, inicialmente para ajudar as milícias cristãs contra as forças apoiadas por combatentes palestinos.

Mas em maio de 1977 passam a enfrentar os grupos cristãos, que contestam sua presença.

A Síria exercerá 30 anos de domínio militar e político sobre o Líbano, de onde retirou suas tropas em 2005, sob pressão internacional, após o assassinato do líder político libanês Rafic Hariri.

Repressão

Em 1979, as autoridades sírias reprimem a Irmandade Muçulmana, movimento islamista sunita acusado de executar um atentado contra a academia militar de Aleppo, no norte do país.

Em fevereiro de 1982, o Exército sufoca uma revolta islamista em Hama, no centro do país.

Os distúrbios e as operações militares efetuadas durante quase um mês por um corpo de elite liderado pelo irmão de Hafez al-Assad, Rifaat, provocam entre 10.000 e 40.000 mortos, segundo as fontes.

Aproximação do Ocidente

Em 1990-1991, a Síria reforça os laços com os Estados Unidos, após a desintegração da União Soviética.

Damasco integra a coalizão liderada por Washington contra o Iraque de Saddam Hussein, tradicional rival de Assad, após a invasão do Kuwait.

Bashar no poder

Em 10 de junho de 2000, após a morte de Hafez al-Assad, o Parlamento modifica a Constituição para reduzir a idade mínima exigida para a magistratura suprema, uma emenda feita sob medida para Bashar al-Assad, nascido em 1965.

Em 17 de julho de 2000, Bashar al-Assad presta juramento no Parlamento. Ele é eleito presidente em um plebiscito com candidatura única, no qual recebeu 97% dos votos.

“Primavera de Damasco”

No final de setembro de 2000, mais de 100 intelectuais e artistas pedem às autoridades que concedam anistia aos presos políticos e acabem com o estado de emergência em vigor desde 1963.

Começa um período de relativa liberdade de expressão. Mas a detenção de opositores em 2001 encerra a breve “Primavera de Damasco”.

Guerra civil

Em 15 de março de 2011, uma revolta popular tem início na Síria, na sequência da Primavera Árabe. A revolta é brutalmente reprimida pelas autoridades, antes de virar uma guerra civil.

O conflito se torna cada vez mais complexo com o envolvimento de potências regionais e internacionais, além de milícias estrangeiras e grupos jihadistas.

As autoridades, apoiadas militarmente pela Rússia e o Irã, reconquistam quase dois terços do país. A guerra deixa meio milhão de mortos e milhões de deslocados.

Fuga de Bashar al-Assad

Na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 2024, após 11 dias de uma ofensiva relâmpago, os rebeldes liderados pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS) tomam Damasco.

O presidente Bashar al-Assad foge do país com a família e busca refúgio em Moscou, segundo as agências de notícias russas.

Fonte: Correio do Povo

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