Donald Trump está de volta à presidência dos Estados Unidos. Apesar de alguns estados ainda não terem terminado a contagem de votos, a imprensa norte-americana já considera o candidato republicano como chefe de Estado para os próximos quatro anos. A projeção é dada pela rede de notícias CNN.
O ex-presidente, de 78 anos, retorna à Casa Branca depois de uma campanha atípica, muito agressiva e incerta até o último minuto.
Trump venceu a disputa pela presidência ao superar a marca de 270 votos no Colégio Eleitoral e derrotar a vice-presidente democrata Kamala Harris, segundo as projeções da imprensa americana.
Trump ganhou em mais da metade dos 50 estados do país, incluindo os estados-pêndulo da Carolina do Norte, Geórgia, Pensilvânia e Wisconsin, além dos importantes Texas e Ohio.
Trump (276)
Alabama (9)
Arkansas (6)
Carolina do Norte (16)
Carolina do Sul (9)
Dakota do Norte (3)
Dakota do Sul (3)
Flórida (30)
Geórgia (16)
Idaho (4)
Indiana (11)
Iowa (6)
Kansas (6)
Kentucky (8)
Louisiana (8)
Mississippi (6)
Missouri (10)
Montana (4)
Nebraska (4 de 5)
Ohio (17)
Oklahoma (7)
Pensilvânia (19)
Tennessee (11)
Texas (40)
Utah (6)
Virgínia Ocidental (4)
Wisconsin (10)
Wyoming (3)
– HARRIS (219) –
Califórnia (54)
Colorado (10)
Connecticut (7)
Delaware (3)
Distrito de Colúmbia (3)
Havaí (4)
Illinois (19)
Maryland (10)
Massachusetts (11)
Minnesota (10)
Nebraska (1 de 5)
Nova Jersey (14)
Novo México (5)
Nova York (28)
Oregon (8)
Rhode Island (4)
Vermont (3)
Virgínia (13)
Washington (12)
A cura republicana
Mais cedo, Trump reivindicou a vitória nesta quarta-feira (6) e prometeu “curar” os Estados Unidos. “Fizemos história”, proclamou aos seus eleitores em West Palm Beach, Flórida.
“Vamos ajudar o nosso país a se curar”, acrescentou Trump, convencido de que vai vencer também no voto popular, o que aconteceria pela primeira vez em 20 anos para um candidato republicano.
O líder republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, já felicitou o “presidente eleito” Trump.
A sorte parece sorrir para os republicanos, que também retomaram dos democratas o controle do Senado, mudando o equilíbrio de poder em uma Câmara essencial para aprovar reformas.
Os americanos também votaram para renovar as 435 cadeiras da Câmara de Representantes e para o governo de vários estados.
“Muito melhor”
Os americanos viveram uma noite de ansiedade, enquanto o mundo observava, atento às repercussões na guerra na Ucrânia, nos conflitos no Oriente Médio e nas questões sobre aquecimento global, que Trump considera uma falácia.
China, Israel, França, Reino Unido e Índia já parabenizaram o republicano. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse esperar que Trump ajude a Ucrânia a alcançar uma “paz justa”.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, felicitou Trump e disse que seu retorno à Casa Branca ajudará a Aliança a permanecer “forte”.
Comício após comício, o republicano, que sofreu duas tentativas de assassinato durante a campanha, repetiu o roteiro de 2016 e 2020, apresentando-se como o candidato antissistema.
O discurso foi o mesmo em todas as ocasiões: a luta contra os migrantes em situação irregular que, segundo ele, “envenenam o sangue” do país.
Trump já chamou os migrantes de “terroristas”, “estupradores”, “selvagens” e “animais” que saíram de “prisões e manicômios”.
Condenado por um crime no final de maio e com quatro processos pendentes, o republicano pintou um cenário sombrio do país durante uma campanha dominada pela retórica violenta.
Trump insultou a candidata democrata, de 60 anos, a quem chamou de “lunática radical da esquerda”, “incompetente”, “idiota” e pessoa com um “coeficiente intelectual baixo”, entre outras ofensas. Ela respondeu chamando o adversário de “fascista”.
Além disso, os últimos dias de campanha foram marcados pelo comentário de um humorista pró-Trump que disse que Porto Rico é como uma “ilha flutuante de lixo” ou por uma gafe do presidente Joe Biden que, em resposta, disse que “lixo” eram os eleitores do republicano.
Três meses
Kamala Harris, negra e de ascendência sul-asiática, também aspirava fazer história como a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da nação.
Ela teve apenas três meses para convencer os americanos. A democrata entrou na campanha depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em julho e anunciou seu apoio à vice-presidente.
Kamala apresentou um programa eleitoral vago, mas centrista. Ela anunciou propostas de combate à imigração ilegal, melhorias para a classe média e de defesa do direito ao aborto.
Ela deveria falar com seus eleitores na Universidade Howard, em Washington, tradicionalmente frequentada por estudantes negros, onde a democrata também estudou, mas o discurso foi cancelado.
A alegria inicial dos apoiadores da democrata presentes no campus rapidamente virou preocupação. “Agora estou com medo, estou ansiosa. Nem consigo mexer as pernas”, disse Charlyn Anderson.
Fonte: Correio do Povo