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IDH brasileiro retrocedeu seis anos a partir da pandemia, diz PNUD

por Daiane Giesen
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O impacto devastador da pandemia de Covid-19 no desenvolvimento humano foi destaque no novo relatório lançado nesta terça-feira (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Intitulado “Construir caminhos, pactuando novos horizontes”, o documento traz uma análise abrangente dos efeitos da crise sanitária global, com foco particular na América Latina e, especialmente, no Brasil.

Ao celebrar 25 anos da agenda de desenvolvimento humano no Brasil, o relatório revela uma queda no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, retrocedendo aos níveis observados em 2012. A coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD no Brasil, Betina Barbosa, apresentou os dados e ressaltou a gravidade da situação. “Na dimensão de renda, o IDH brasileiro recuou para valores de antes de 2012. A longevidade também recuou 10 anos e a dimensão da educação recuou dois anos. Na média, a gente tem um recuo de 6 anos”, explica.

Betina explicou que o Brasil foi severamente afetado pela pandemia, resultando em uma regressão significativa nas conquistas de desenvolvimento humano alcançadas até 2019. “O País era um antes da Covid-19 e os dois anos de pandemia abatem o Brasil e suas dimensões de desenvolvimento”, destaca.

Impacto Global e Regional

Embora a queda no IDH pós-pandemia não seja um fenômeno exclusivo do Brasil, o relatório do PNUD indica que o impacto global da Covid-19 foi mais severo do que a crise econômica de 2008. No entanto, no Brasil, essa redução foi duas vezes maior que a média global. “O Brasil tem tudo para se recuperar, e já se recuperou. Essa recuperação não é a do IDH de 2019, ela ainda está abaixo. Mas não é só o Brasil que está abaixo. Vários outros países da América Latina ainda não se recuperaram”, afirmou Barbosa.

Disparidades Regionais no Brasil

O relatório também detalha as disparidades regionais dentro do Brasil. O Nordeste, a região com menor nível de desenvolvimento em 2019, apresentou a menor mortalidade por Covid-19. “Foram nos Estados do Nordeste que menos pessoas morreram, portanto, a expectativa na região diminuiu menos do que nos demais estados da Federação”, explicou Barbosa.

O Estado do Maranhão foi destacado como o que menos perdeu IDH durante a pandemia. “Se a taxa de mortalidade da Covid-19 no Brasil tivesse sido a taxa de mortalidade do estado do Maranhão, menos 300 mil brasileiros teriam morrido”, revelou.

Por outro lado, Estados como Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rondônia e Paraná, além do Distrito Federal, lideraram as taxas de mortalidade por Covid-19, ressaltando a desigualdade no impacto da pandemia em diferentes regiões.

Perspectivas para o Futuro

Apesar dos desafios, o relatório do PNUD traz uma mensagem de esperança e resiliência. Barbosa enfatizou que o Brasil tem potencial para recuperar seu desenvolvimento humano, embora o caminho ainda seja longo. As lições aprendidas durante a pandemia podem servir como base para construir um futuro mais equitativo e resiliente, tanto no Brasil quanto em toda a América Latina.

A publicação do relatório “Construir caminhos, pactuando novos horizontes” marca um momento crítico para reflexão e ação, sublinhando a importância de políticas públicas robustas e inclusivas que possam mitigar os efeitos de crises futuras e promover um desenvolvimento humano sustentável e justo para todos.

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