Em 2022, o Brasil registrou 67,8 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, representando 31,6% da população com renda de até R$ 637 por mês. A parcela em extrema pobreza, com renda de até R$ 200 por mês, foi de 5,9%, equivalente a 12,7 milhões de indivíduos. O aumento da pobreza foi atribuído à queda nas transferências de programas sociais e ao impacto da pandemia, resultando em desemprego e redução de rendimentos.
A recuperação econômica, a diminuição do desemprego e a retomada das políticas de transferência de renda contribuíram para a redução de 10,3 milhões de pessoas na situação de pobreza entre 2021 e 2022. Sem os benefícios dos programas sociais, a proporção de pobres teria aumentado para 35,4%, e a de miseráveis seria 80% maior.
Os programas sociais foram cruciais, respondendo por 67% do rendimento domiciliar das pessoas em extrema pobreza. Na faixa de pobres, esses programas representaram 20,5% dos rendimentos. A taxa de desocupação no Brasil diminuiu de 14% em 2021 para 9,6% em 2022, mas ainda permanece acima dos níveis pré-pandêmicos.
O perfil da pobreza mostrou que quase metade das crianças (49,1%) estava abaixo da linha de pobreza, enquanto 10% viviam em extrema pobreza. A vulnerabilidade também estava relacionada à faixa etária, raça e região geográfica. A região Nordeste concentrava mais da metade dos miseráveis (54,6%), enquanto as disparidades raciais impactavam significativamente, com 40% dos negros em situação de pobreza em comparação com 21% dos brancos.
Apesar do aumento no rendimento médio domiciliar per capita em 2022, a disparidade racial persistiu, com os brancos ganhando 64,2% a mais do que os pretos ou pardos. As desigualdades sociais e estruturais foram destacadas como uma preocupação contínua, mostrando a necessidade de políticas abrangentes para enfrentar a pobreza no país.
Fonte: CNN e Reuters