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Confiança do empresário gaúcho cai ao nível de pandemia e da crise de 2015

por Daiane Giesen
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A confiança do empresariado gaúcho despencou após as devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, atingindo níveis comparáveis aos observados durante a pandemia de Covid-19 e a crise econômica de 2015. A pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) revelou um cenário preocupante para o futuro econômico da região.

De acordo com a Fiergs, “a deterioração na situação atual dos negócios foi generalizada, mas foram nas perspectivas dos empresários para os próximos seis meses que a tragédia climática mostrou as maiores consequências”. A pesquisa, que avalia a confiança empresarial através de dois índices principais, evidenciou uma queda acentuada na expectativa para o futuro.

O Índice de Expectativas, que mede as projeções dos empresários para o próximo semestre, sofreu um recuo de 7,5 pontos, caindo de 53,2 em abril para 45,7 em maio. Esse declínio representa uma transição da zona otimista para a pessimista, refletindo um profundo pessimismo em relação aos meses vindouros. Este valor só é superado pelo registrado em maio de 2020, no início da pandemia, e durante os piores momentos da crise econômica de 2015 e 2016.

Em paralelo, o Índice de Condições Atuais, que considera a percepção dos empresários sobre a economia brasileira e suas próprias empresas nos últimos seis meses, caiu de 45,2 pontos em abril para 41,9 em maio. O Índice de Condições da Economia Brasileira, um subcomponente deste, registrou uma queda de 39,4 para 38,5 pontos, atingindo o menor nível entre todos os índices de confiança avaliados.

No geral, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS) em maio foi de 44,4 pontos, o menor desde junho de 2020, quando o Brasil enfrentava o auge da pandemia de Covid-19. Segundo o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, “com centenas de cidades atingidas, muitas empresas debaixo d’água, funcionários sem residência, as expectativas dos empresários estão abaladas. Convém lembrar que 94% da atividade econômica do Estado foi afetada de alguma forma, seja por inundações, deslizamentos de encostas, problemas logísticos, com os colaboradores ou fornecedores, em localidades onde estão instaladas 96% das indústrias gaúchas”.

Desde 2005, em 191 edições do ICEI-RS, esta foi a sétima redução mensal mais intensa, destacando a gravidade da situação atual. A queda drástica na confiança empresarial reflete o impacto severo das enchentes na economia regional, sinalizando um período desafiador pela frente para o setor industrial do Rio Grande do Sul.

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