O inverno começará oficialmente às 17h51min do dia 21 de junho, mas os meteorologistas já conseguem prever o clima para a próxima estação. Em resumo, não se esperam dias de frio ou calor extremos, mas um equilíbrio entre os dois, com tendência a mais dias de temperaturas acima da média, intercalados por períodos de frio.
Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, explicou que o inverno terá, de modo geral, temperaturas acima da média, especialmente no final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, quando podem ocorrer novas ondas de calor.
“Vai fazer frio, sim. Teremos mais dias frios do que no ano passado. No entanto, devido às temperaturas acima da média, os períodos mais quentes serão mais longos”, disse Lucyrio.
Essa previsão está relacionada ao fim do fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e influencia o clima no Brasil. Estamos agora na fase neutra, sem a influência de El Niño ou La Niña, mas espera-se a instalação de La Niña, que resfria as águas do Pacífico.
La Niña, que ocorre a cada três a cinco anos com uma diminuição de pelo menos 0,5°C nas águas do oceano, costuma aumentar as chuvas no Norte e Nordeste do Brasil, causar tempo seco no Centro-Sul e facilitar a entrada de massas de ar frio, aumentando a variação térmica.
Lucyrio destaca que, embora o El Niño tenha terminado, sua influência ainda será sentida por algumas semanas, até aproximadamente junho.
Durante o fim do outono, a expectativa é de redução na frequência de bloqueios atmosféricos, que impedem o avanço das frentes frias. Esses bloqueios desviam as frentes frias para o oceano, fortalecendo as massas de ar quente no continente e gerando ondas de calor.
A meteorologista do Inmet afirmou que junho será quente, especialmente na parte central do país, onde uma massa de ar seco e quente continuará a atuar até o dia 17.
Com a La Niña, mais massas de ar frio alcançarão o Centro-Sul da América do Sul, afetando Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e áreas do Centro-Sul do Brasil. Lucyrio informou que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná receberão mais massas de ar frio no início do inverno, enquanto poucas avançarão para o interior do Brasil, incluindo Sudeste, Centro-Oeste e partes do Norte.
“A partir de julho e agosto, a quantidade de massas de ar frio começará a aumentar gradualmente, tornando-se mais perceptível, especialmente a partir do final de junho, com temperaturas frias se destacando em julho e agosto”, explicou Lucyrio.
Fonte: G1