Após um inverno atípico no Rio Grande do Sul, caracterizado por temperaturas elevadas e um alto volume de chuvas, as culturas de inverno enfrentam desafios que podem resultar em perdas significativas para os produtores de trigo e cevada na região.
Em uma entrevista ao Grupo Ceres de Comunicação, Juliano Karling, um produtor rural da localidade de Faxinal em Victor Graeff, compartilhou suas perspectivas sobre a safra de inverno deste ano. Ele destacou que havia grande expectativa após os resultados impressionantes da última safra de trigo, com produtividades anteriormente inéditas. No entanto, as previsões já indicavam que repetir essas médias seria difícil, e o mês de setembro, com seu alto volume de chuvas, trouxe desafios adicionais.
Karling relatou que sua propriedade registrou cerca de 600 milímetros de chuva somente no mês de setembro, o que teve um impacto significativo nas culturas de trigo, especialmente durante o período de floração. Ele explicou que o trigo é uma cultura sensível à chuva excessiva durante a fase de espigamento e floração, o que levou a problemas como doenças de berella bronzoni e bacteriose, resultando em perdas expressivas.
Além de trigo, Juliano também plantou uma área de cevada na safra de inverno deste ano, embora em uma escala menor em comparação ao ano anterior. Ele expressou sua intenção de continuar diversificando suas culturas entre trigo, cevada e aveia, enfatizando a importância da rotação de culturas. No entanto, ele observou que a cevada também foi afetada pela giberella, especialmente levando em consideração a possibilidade de se tornar cevada cervejeira. O produtor reconheceu que apenas o tempo e a colheita oficial determinarão o resultado final da safra de cevada.
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