Dados preliminares da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul mostram que, em 2022, o Estado teve 15.559 crianças nascidas com menos de 37 semanas, consideradas prematuras. O número representa 12,86% do total dos quase 121 mil bebês nascidos vivos no ano passado. Instituído em 2011, o Novembro Roxo marca o mês internacional de sensibilização à prematuridade. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que 1,2 milhão de bebês prematuros nasçam nas Américas a cada ano.
O parto prematuro pode ocorrer por necessidade de interrupção da gestação devido a complicações maternas e/ou neonatais e também de forma espontânea; porém, as causas são complexas e multifatoriais.
“O pré-natal iniciado precocemente é um fator de prevenção à prematuridade, pois permite a identificação de fatores de risco maternos e fetais que podem ser prevenidos ou tratados em tempo oportuno. Idealmente, estes fatores deveriam ser identificados antes da gestação, por meio do planejamento reprodutivo”, explica a chefe da Divisão de Ciclos de Vida da Secretaria da Saúde, Gisleine Silva.
De 2019 até outubro deste ano, foram 75.517 bebês prematuros no Rio Grande do Sul, representando 12,42% dos 607.544 nascidos vivos no período. O número de 2022 e o número parcial até outubro de 2023 ainda são preliminares.
O início precoce do pré-natal é fundamental para o acompanhamento da gestação e para o controle de doenças crônicas já preexistentes, como a hipertensão arterial e o diabetes. A realização do pré-natal do parceiro também é importante, pois Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem desencadear o parto prematuro.
Fatores de risco para o parto prematuro
Infecção urinária, especialmente se não tratada durante a gestação; ruptura precoce de bolsa amniótica com coreoamnionite não tratada durante a gestação; gemelaridade; hipertensão arterial sistêmica e pré-eclampsia na gestação; diabetes; Infecções por Sífilis, Toxoplasmose e Streptococo tipo B; história prévia de prematuridade em gestação anterior; ausência de realização de pré-natal; e insuficiência istmo cervical do colo do útero.
Ambulatórios de Egressos de UTI Neonatal
Distribuídos nas diferentes regiões do Estado, realizam o acompanhamento dos recém-nascidos prematuros que tiveram alta das UTIs Neonatais. Esses ambulatórios possuem equipe multidisciplinar e protocolo diferenciado para a assistência do bebê de alto risco para diversas morbidades e sequelas que podem ser minimizadas pelo acompanhamento de qualidade.
Método Canguru
O Estado dispõe de serviços habilitados para o Método Canguru, que consiste em atenção qualificada e humanizada ao recém-nascido prematuro e/ou de baixo peso que necessite de internação em Unidade Neonatal e à sua família. Para isso, promove o contato pele a pele do bebê com a mãe e/ou o pai e participação dos pais nos cuidados com o recém-nascido, com o objetivo de fortalecer o vínculo afetivo e favorecer o crescimento e desenvolvimento infantil saudáveis.