Neste Dia de Finados, é uma tradição dedicarmos tempo para homenagear aqueles que já se foram. É um momento de profunda reflexão sobre a vida e a eternidade das memórias que deixam para trás. Durante esse dia, observamos um respeitoso silêncio, permitindo que as palavras se transformem em pontes para expressar nossa gratidão e saudade.
Em uma entrevista ao Grupo Ceres, o Padre Laerte Reis, pároco da comunidade Cristo Rei de Não-Me-Toque, compartilhou suas perspectivas sobre esse momento de fé e esperança que toca a vida de todos os cristãos.
Padre Laerte observou que, muitas vezes, as pessoas tendem a esquecer aqueles que partiram e seguem adiante com suas vidas. No entanto, ele destacou que isso não condiz com a cultura e a tradição espiritual. “Ao caminharmos entre as lápides no cemitério, nos deparamos com inúmeras datas e nomes, representando uma rica história sepultada. É, portanto, um ato justo e significativo dedicarmos um tempo para lembrar e honrar essas pessoas. A Igreja Católica também mantém essa tradição, com datas de nascimento e de falecimento, mas o período entre essas datas é um parêntese que se abre na história deixada para trás, uma história da qual somos herdeiros” destacou.
O Padre enfatizou que a saudade é o preço que pagamos por reconhecer que o passado valeu a pena. Assim, celebrar a saudade é um gesto de carinho e apreço por aqueles que amamos e que já partiram. Ele compartilhou sua prática de visitar os túmulos, levar flores, rezar e construir um memorial para manter viva a memória daqueles que se foram.
Para ele, é um ato de descentralização, um momento único em que a oração nos permite pensar em coisas boas, enquanto nossos entes queridos também apreciam ser lembrados. “A ideia de que aqueles que partem desta vida levam um pouco de nós ressalta a importância de preservar suas memórias e continuar celebrando suas vidas” frisou.