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Impasse sobre guerra tensiona cúpula do G20 às vésperas de presidência brasileira

por Daiane Giesen
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Um problema preocupa os organizadores da cúpula de líderes do G20, que ocorrerá na Índia em setembro é a possível presença do presidente russo, Vladimir Putin. A guerra na Ucrânia é o principal ponto de discórdia entre os países, e o Brasil, que assumirá a presidência rotativa do bloco em 2024, teme herdar essas polêmicas.

O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está ansioso por uma definição rápida sobre como o G20 lidará com as questões da guerra na Ucrânia. Dessa forma, poderiam “limpar” a agenda e concentrar-se em temas considerados prioritários para Brasília, como o combate à insegurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e a reforma do sistema multilateral.

Os indianos, anfitriões do evento, enfrentam dificuldades para lidar com a possibilidade de Putin participar da cúpula em Nova Délhi, e não sabem como evitar constrangimentos. Ao contrário da África do Sul, que sediará a cúpula dos Brics, a Índia não é signatária do Tribunal Penal Internacional, o que significa que Putin não correria risco de prisão ao comparecer ao encontro.

Líderes importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, provavelmente se recusarão a dividir o mesmo espaço com Putin. Isso leva à possibilidade de a tradicional foto da “família G20” ao final da cúpula ser descartada, caso o russo esteja presente.

No entanto, dentro do bloco, ainda não há um consenso sobre a questão. A Índia tem adotado uma postura de abstenção nas votações de resoluções da ONU que condenam a invasão à Ucrânia e tem se tornado uma das principais importadoras de petróleo e carvão da Rússia, apoiando economicamente Moscou.

A China também está ao lado da Rússia na recusa de repetir os termos adotados na declaração final do G20 em novembro de 2022, na cúpula realizada na Indonésia. Naquela ocasião, os líderes apontaram a necessidade de “defender o direito internacional” e destacaram o “imenso sofrimento humano” provocado pela guerra.

O governo Lula deseja que o impasse seja resolvido até a cúpula de Nova Délhi, para que a presidência brasileira do G20 não seja prejudicada. Caso as divergências persistam, existe o receio de que os países-membros gastem tempo e energia em 2024 em vez de investir esforços em iniciativas de maior interesse para o Brasil.

Fonte: O Sul

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