No ano de 2022, o Relatório das Investigações de Óbitos Relacionados ao Trabalho no Rio Grande do Sul revelou que foram registradas 462 investigações de mortes no estado. Dentre essas, 311 foram concluídas, com 284 confirmações. Os dados apresentados no relatório foram obtidos por meio do Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador (Sist).
O relatório foi elaborado pela Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador, que faz parte do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria da Saúde (SES). No dia 24 de maio, quarta-feira, o documento foi apresentado aos profissionais das vigilâncias em saúde dos municípios e aos centros de referência em saúde do trabalhador.
Os especialistas alertam que o número de casos pode ser ainda maior devido à subnotificação, que tem sido agravada pela crescente informalidade do mercado de trabalho. O relatório também fornece um perfil das mortes, incluindo informações sobre sexo, idade, cor, escolaridade e município. Além disso, são indicadas as principais causas, como quedas de telhado, escadas e andaimes, acidentes com maquinário agrícola e colisões ou tombamentos de caminhões.
Durante a apresentação do relatório, Claudia Veras, da Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador do Cevs, destacou o histórico das investigações de óbitos relacionados ao trabalho no estado. Ela também abordou o aprimoramento dos processos de averiguação e validação dos dados, além da criação do Comitê de Investigação de Óbitos Relacionados ao Trabalho. Esse comitê conta com a participação de profissionais da área de saúde do trabalhador, controle social, universidades e representantes do Ministério Público do Trabalho.
De acordo com o relatório, dos 284 óbitos registrados, 236 foram classificados como acidentes de trabalho típicos, representando 83,1% dos óbitos relacionados ao trabalho em 2022. A maioria esmagadora dos óbitos ocorreu entre indivíduos do sexo masculino, totalizando 266 casos. A faixa etária mais comumente afetada foi de 25 a 34 anos, com 58 óbitos, e a escolaridade mais frequente foi o ensino fundamental incompleto, com 82 mortes registradas.
A região com o maior número de óbitos por acidentes de trabalho típicos foi abrangida pela 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Caxias do Sul, registrando 43 óbitos. Porto Alegre liderou entre as cidades com 15 óbitos, seguida por Bento Gonçalves e Rio Grande, com 12 óbitos cada. Em relação aos fatores causadores dos óbitos por acidentes de trabalho típicos, as quedas em geral foram responsáveis pelo maior número de ocorrências (40), seguidas por acidentes envolvendo maquinário e equipamentos agrícolas (38) e acidentes com caminhões (31).
