Às vezes com apenas um ajuste na colhedora já é possível obter melhores resultados e diminuir o desperdício de grãos. Esse e outros ensinamentos foram compartilhados com produtores multiplicadores de sementes pelo especialista Marcos Haerter no curso “Regulagem para uma colheita de qualidade”, promovido pela Cotrijal Sementes entre 22 e 24 de fevereiro.
Os associados conferiram várias dicas sobre cuidados com a máquina e das partes que precisam de maior atenção. “A plataforma é o local onde mais se perde grãos. No caso da soja, ela pode ser responsável por cerca de 80% da perda total. Segundo a Embrapa, o tolerável é perder uma saca por hectare, já eu considero que o máximo aceitável é de meia saca, mas para isso é preciso ter a revisão da máquina em dia, além dos cuidados na hora da colheita”, pontua Haerter.
O especialista recomenda para o produtor um cálculo pós-colheita para averiguar o percentual de perda e definir as medidas que podem ser tomadas para a próxima safra. “Depois que a máquina percorre a lavoura o produtor precisa medir um metro quadrado e contar quantos grãos ele encontra nesse espaço. Hoje, a média é 34 grãos por metro quadrado para totalizar uma saca por hectare. Se usarmos como base a saca de soja a R$ 170 e dividirmos pelos 34 grãos, podemos dizer que cada grão perdido corresponde a R$ 5. Ou seja, se o produtor contar 100 grãos naquele metro quadrado, são R$ 500 reais que ele está deixando no chão. E ao multiplicar isso pela quantidade de hectares os números impressionam”, explica Haerter.
Para ajudar os produtores, Haerter elencou cinco pontos que merecem mais atenção quando o assunto é regulagem de colhedora e colheita de grãos:
Revisão preventiva é sinônimo de economia
Independente do tempo de uso da máquina e das condições da lavoura, é necessário fazer desde ajustes, lubrificação e calibração até uma revisão completa do equipamento. A regulagem em dia garante uma performance melhor, além de assegurar que a máquina esteja em condições ideais, prevenindo gastos com estragos que podem ser evitados.
Soja baixa: atenção redobrada
Para culturas de corte baixo, como no caso da soja, é preciso ter um cuidado a mais com o alinhamento da barra de serra e da serra para que se extraia o máximo de cada hectare. Uma sugestão é colher no sentido do plantio quando a soja está mais baixa. O ângulo do molinete também deve estar correto para evitar a perda da soja na condução.
Um alinhamento para cada cultura
O alinhamento e ângulo das peças variam de acordo com a cultura que será colhida. Por isso, durante a revisão o produtor deve observar se a altura está correta. No milho, por exemplo, é preciso levantar a esteira – o popular pescoço da máquina. Já na colheita da soja é necessário abaixá-la.
Tire dúvidas com o técnico
Em uma safra irregular, no momento da maturação podem ser observados diferentes estágios das sementes. Nesses casos é importante pedir ajuda ao técnico da cooperativa para conferir possíveis alternativas para reduzir as perdas. Uma opção é a dessecação das áreas, mas esse é um procedimento que deve ser orientado por um especialista e precisa ser realizado no período correto.
Para além da máquina
Não é somente a colhedora que precisa de revisão, mas todos os veículos e ferramentas utilizados na logística do grão. Por exemplo, o cuidado com o caminhão que fará o transporte da lavoura para a unidade de beneficiamento é imprescindível para evitar a perda da semente na estrada.
Cuidado ao longo do ciclo
As sementes da Cotrijal são produzidas por associados que prestam esse serviço para a cooperativa. Além dos cuidados em relação ao momento da colheita, existem diversas estratégias para se obter um lote de sementes de alta qualidade.
“Contamos com uma rigorosa seleção dos campos, regulagem de beneficiamento, seleção precisa no momento de recebimento dos grãos na balança e testes diversos ao longo de todo o ciclo. São procedimentos necessários para colocar no campo uma semente com segurança de ótima germinação e estabelecimento de uma boa lavoura”, explica Marcela Lange Schiochet, gerente de produção de sementes da Cotrijal.
Os associados que atuam como multiplicadores de sementes da cooperativa contam com suporte técnico e acesso a cursos para tirar dúvidas. “Treinamentos como esse são muito importantes, pois funcionam como um alinhamento para nós como multiplicadores, para os operadores das máquinas e a cooperativa”, comenta Martin Alan Grahl, que acompanhou o curso junto com o primo Diemerson Borghardt. A família tem propriedade conjunta em Victor Graeff.
Guilherme Knop entende que a qualidade da semente vem do campo e afirma que o curso ajudou a relembrar alguns cuidados no momento da colheita. “É na lavoura que conseguimos garantir o potencial da cultivar. Precisamos ter todo o cuidado do plantio até a colheita para que a semente chegue à cooperativa com uma qualidade alta, para que somente as melhores sejam selecionadas e repassadas aos outros produtores”, destaca o multiplicador, que tem propriedade em Almirante Tamandaré do Sul.
Fonte: Assessoria de Imprensa e Marketing da Cotrijal