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Não-Me-Toque 68 anos: Quem foram os homenageados nas principais ruas do município?

por Rádio Ceres
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Neste dia 18 de dezembro, Não-Me-Toque completa 68 anos de emancipação político-administrativa. O Grupo Ceres de Comunicação, com a sua sede no município, realiza um resgate histórico para lembrar da importância de algumas personalidades, que deram nomes a ruas, praças e bairros.

Rua Pedro Augustin

Sobre esse evento, o Sr. Walter Hugo Stahlhöfer, oriundo de Montenegro, que chegou a Não-Me-Toque no dia 25 de julho de 1954, recorda que na oportunidade o plebiscito popular no qual foi votada a emancipação de Não-Me-Toque, estava em andamento, e a comunidade estava engalanada, ansiosa, e a expectativa era muito grande.

Sr. Walter Hugo e sua esposa, Dona Nelsi.

Walter, é sobrinho de Pedro Augustin, que foi o primeiro prefeito do município. Recorda que o tio viera do Paraná, onde originalmente lidava com o setor madeireiro para aqui se instalar, apaixonando-se imediatamente  por Não-Me-Toque e por sua gente, tendo grande importância no processo emancipatório.  A dedicação do tio era tamanha, que, segundo Stahlhöfer, Augustin tirou dinheiro do próprio bolso para adquirir a primeira patrola para o município, durante a primeira administração.

De fato, Pedro Augustin, foi o primeiro prefeito do município de Não-Me-Toque, pela coligação do PSD/PTB, juntamente com Reinoldo Kissmann (vice). Foi também líder do movimento emancipacionista e membro ativo da comunidade evangélica. Como administrador superou muitas dificuldades à frente do município recém-criado. A antiga Rua São Pedro, a partir da lei 383 de 21/03/1969, denominou-se Pedro Augustin.

Em sua primeira administração, Não-Me-Toque teve o asfaltamento das avenidas Alto Jacuí e Waldomiro Graeff, a construção dos armazéns da Cooperativa Tritícola Não-Me-Toque, em área de 10.000 m² adquirida pela Prefeitura e posteriormente doada à Cooperativa e construção de inúmeras pontes.

Avenida Dr. Waldomiro Graeff

Outro descendente de figura ilustre de Não-Me-Toque, é Júlio Graeff Erpen, sobrinho-neto do Dr. Waldomiro Graeff. Segundo Erpen, Waldomiro Graeff era o mais novo dos seis filhos de um dos fundadores de Não-Me-Toque: Antônio Augusto (Coronel Antoninho) e Anna Maria Graeff (Dona Cota). Estudou em Passo Fundo no Instituto Educacional (IE), onde se destacou como premiado desportista de atletismo, tênis e futebol.

Atuou como jogador no Esporte Clube Colorado. Posteriormente foi estudar em Porto Alegre e, graduou como engenheiro agrônomo no final da década de 40. Foi um dos primeiros agrônomos da região. Como presente de formatura ganhou do seu pai o primeiro trator do município e, um dos primeiros da região. Com isso, deu início ao processo de mecanização e cultivo de trigo na propriedade da família. Fez um raro “reflorestamento” com pinheiro araucária, como compensação aos cortes realizados pela madeireira de seu pai. Esta área está localizada na Fazenda Montenegro, atualmente propriedade da família Augustin.

Foi um dos incentivadores para vinda da unidade da Agroceres para Não-Me-Toque. Na copa de 1950, no Rio de Janeiro, foi assisti-la,  juntamente com seu irmão Mário Graeff. No retorno, resolveu adiar a volta. Seu irmão veio na data programada. No vôo de retorno infelizmente sucumbiu em um acidente aéreo, conhecido como o “acidente do Morro do Chapéu”. Após algumas tentativas imprudentes do piloto para pousar, em função das péssimas condições de clima, o avião colidiu nesse morro, na região de Monte Negro. Waldomiro, então com 25 anos  e todas as demais 60 pessoas embarcadas pereceram em 28 de julho de 1950.

Assim como Pedro Augustin, e Waldomiro Graeff, Não-Me-Toque teve inúmeros  outros personagens que muito fizeram por essas terras, e que hoje, em justa homenagem dão nomes a algumas das principais ruas do município.

Praça Dr. Otto Schmiedt

O Dr. Otto Schmiedt nasceu em Leipzig Alemanha, veio para o Brasil no início do século XX e chegou a Não-Me-Toque acompanhado da esposa, Dª Maria, sendo o primeiro médico formado a exercer a profissão no local. Foi membro ativo da comunidade evangélica e da diretoria da Escola Sete de Setembro. Dois de seus filhos seguiram os passos do pai e são médicos atuantes em Não-Me-Toque. Inghert e Dieter. Também dois de seus netos são médicos consagrados. Ivo Schmiedt, ortopedista e traumatologista e Markus Schmiedt, atualmente nos Estados Unidos.

Rua Pastor Teophil Dietschi

O pastor Theophil Dietschi chegou a Não-Me-Toque em 06/03/1914, a fim de trabalhar na comunidade evangélica. Foi casado com Lydia Dohms e trabalhou na estruturação da comunidade evangélica e da Escola Sete de Setembro, bem como a fundação de outras comunidades em toda a região do Alto Jacuí. Permaneceu em Não-Me-Toque até 1921, quando foi transferido para São Leopoldo, assumindo posteriormente a presidência do Sínodo Rio-Grandense. Em 24/07/1972, através da lei 490, a Rua Bom Sucesso, passou  a chamar-se Rua Pastor Teophil Dietschi.

Rua Fernando Sturm

Antônio Fernando Sturm nasceu em Lajeado, em 14 de fevereiro de 1886. Empreendedor ativo, dedicou-se ainda muito jovem  ao comércio, desdobrando-se ao trabalho, o que lhe garantiu uma posição destacada, não só no meio comercial e industrial, como na sociedade.

Residiu em Não-Me-Toque, durante muitos anos, onde era sediado seu estabelecimento comercial, uma fábrica de torrefação e moagem de café.

Filho de Miguel Sturm e dona Catharina Sturm, casou-se no município de Estrela, em 1907, com Frederica Amélia Sturm, e teve cinco filhos: Arthur, Ricardo, Selma, Alberto, e Hedi.

Rua Dr. Otto Stahl

Dr. Otto Stahl Foto: Arquivo Histórico do Município

Otto Stahl, nasceu em 27/04/1897 em Nova Petrópolis. Formou-se médico pela Escola Médica Cirúrgica de Porto Alegre. Casou-se com Wilma Lorenz, veio para Não-Me-Toque em 1927  e adotou a menina Brunhilda como filha legítima. Foi fundador dos dois hospitais, Alto Jacuí e Caridade. Representou a Vila de Não-Me-Toque na câmara de Carazinho, foi presidente da comissão de Emancipação e primeiro Presidente da Câmara, além de membro ativo do Clube União e Ginásio São Francisco Solano.

Faleceu em Porto Alegre em 22/03/1968. Através da lei 367, de 28/05/1968, a antiga Rua da Glória recebeu o seu nome.

Rua Padre Valentim Rumpel

Foi o primeiro padre da comunidade católica e responsável pela solidificação das bases da comunidade. Pela dedicação do seu trabalho, foi homenageado pela comunidade em 25/06/1965, pela Lei 313/65, quando a Travessa 5 recebeu o seu nome.

Rua Victor Graeff

Victor Oscar Graeff, nasceu em Não-Me-Toque em 28/07/1906, estudou na Escola Sete de Setembro e formou-se advogado. Iniciou na política em 1929, chegando a exercer interinamente o Governo do Estado, quando Presidente da Assembleia Legislativa, em 1952. Como político, juntamente com o deputado Romeo Scheibe, muito colaborou pela emancipação de Não-Me-Toque e, em 1964, pelo distrito de Cochinho. Victor Graeff faleceu em 28/03/1965. De acordo com a lei 368, de 28/05/1968, a Travessa 7 recebeu o nome de Victor Graeff.

Rua Pedro Fleck

Pedro Fleck chegou ao município no início do século XX, oriundo de São Sebastião do Caí, sendo um dos primeiros moradores da região. Sua residência foi estabelecida onde hoje se encontra os escritórios da Cotrijal. Foi um dos pilares para a fundação da comunidade protestante no município. Os cultos costumavam ser realizados em casa, quando ainda não havia capela construída. A Rua Pedro Fleck foi oficializada pela lei 362/68 de 25/03/1968.

Rua Augusto Scherer

Era no início do século XX quando chegou a Não-Me-Toque a família de Augusto Scherer. Vindos de Carazinho, instalaram-se na saída para Victor Graeff. Augusto foi um grande colaborador da comunidade evangélica e da Escola Sete de Setembro. Doou área onde hoje se encontra o cemitério evangélico e católico. Por determinação da lei 369, de 26/05/1968, passou a chamar-se Augusto Scherer a antiga rua Mantiqueira.

Rua José Lauxen

José Lauxen chegou a Não-Me-Toque no início do século XX. Oriundo de Montenegro, foi casado com Anna Lauxen. Marceneiro de profissão, instalou-se onde hoje se encontra o Instituto Educacional Girassol, e depois na saída para Victor Graeff, onde montou uma marcenaria e dedicou-se à agricultura. Foi um dos idealizadores da construção do novo prédio da Igreja Católica. Filhos: José Balduíno, Reinaldo, Arnildo, Afredo, Bruno e Célia. Foi homenageado através da lei 776 de 15/04/1981.

Rua Frei Olimpio Reichert

Frei Olimpio Reichert

De origem alemã, e tendo estudado na Holanda, Frei Olimpio Reichert, pertencente à  Ordem dos Franciscanos, foi Pároco local em Não-Me-Toque durante muitos anos – primeiro vigário nomeado para o município, tendo aqui chegado por volta de 1944, tomando posse no dia 28 de janeiro de 1945. Atuou também em campanha para fundar um Pré-Seminário, e que ao mesmo tempo serviria de Escola Suplementar Agrícola. Para este fim, com a ajuda de Otto Stahl, adquiriu um terreno situado numa curva da estrada que ligava Carazinho a Não-Me-Toque, as instalações foram construídas a partir de um velho e imenso salão de baile de paredes duplas, o qual foi demolido e instalado no local. Nascia ali, em 1946,  o colégio Solano, com vinte internos.

Com informações retiradas de Não-Me-Toque No Rastro de Sua História, Não-Me-Toque Especial 60 anos, Jornal A Folha, Casa da Cultura, Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque. 

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