O leite materno é o alimento exclusivo de todo bebê até os seis meses de vida. O organismo da mãe é responsável por produzir todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento da criança. Nesse sentido, o processo de vínculo entre mãe e filho é natural mas, muitas vezes, algumas condições podem dificultar que a amamentação ocorra da forma como deveria. Buscando orientar as mães e a rede de apoio desde os primeiros momentos, o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo conta com uma equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos, que acompanham as famílias diariamente, até o momento da alta médica.
Entre as diferentes áreas da saúde, a equipe de fonoaudiologia atua com base no monitoramento de cada bebê, analisando a sucção, deglutição, respiração, mastigação e fala, que são estimulados logo nos primeiros momentos de vida a partir da amamentação. “Agimos quando há alguma alteração nessas questões, além das orientações gerais para aqueles que não possuem nenhuma dificuldade ao mamar. Aconselhamos as mães sobre a pega correta e realizamos o teste da linguinha no bebê. Assim como falamos sobre a importância de evitar o uso de bicos artificiais, como chupeta e mamadeira, porque esses itens são usados quando a criança realmente tem alguma dificuldade, algum dano importante que necessite de auxílio”, relatou a fonoaudióloga Laura Cristine Giacometti.
A amamentação é responsável por estimular o desenvolvimento do bebê. Por meio da sucção, existe o estímulo ao desenvolvimento da mandíbula, para posteriormente proporcionar a mastigação, deglutição e a fala. “A mãe deve monitorar se o bebê está pegando e mamando corretamente, qual o tempo e o volume, se está conseguindo ter uma mamada efetiva, além das posições, para não ter o risco de se engasgar. A mãe precisa estar atenta ao contato com o bebê, conseguir observar os sinais de prontidão e saciedade”, reforça Laura.
Como ainda não sabe se comunicar, o bebê apresenta respostas por meio dos reflexos e do choro. “A mãe precisa monitorar se o bebê faz xixi e evacua todos os dias. Também é necessário analisar os estalos com a boca ou se a bochecha faz uma cova, porque pode ser que o bebê não esteja mamando direito. Essa dificuldade pode ser gerada por alguma alteração na musculatura facial que impacta na força e na mobilidade, gerando alguma interferência ou alteração”, disse a fonoaudióloga.
No HSVP a maior atuação da equipe de fonoaudiólogos é com os prematuros. “Eles acabam precisando aprender a mamar antes do tempo. Como ficam na UTI e por um período não recebem os estímulos que receberiam dentro do útero da mãe, a fonoaudiologia começa a trabalhar com a terapia motora oral e com a estimulação da sucção nutritiva, para organizar a musculatura no padrão de sucção do bebê. A ideia é que ele esteja pronto e apto a mamar no peito da mãe quando estiver com condições clínicas favoráveis. Também monitoramos bebês que tenham síndromes, porque algumas vezes o aleitamento materno exclusivo não é possível”.
Sala de coleta do leite materno
O HSVP conta com uma Sala de Coleta de Leite Materno e um Lactário, para garantir que nos casos de internação em que a amamentação não é possível, o bebê tenha acesso ao leite materno. O local não funciona como banco de leite, sendo exclusivo para os pacientes internados na Instituição. Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pela equipe de nutricionistas, técnicas em nutrição e copeiras é fundamental para garantir que o processo ocorra de forma adequada.
“As mães que frequentam a Sala de Coleta do HSVP passam por uma orientação realizada pela nutricionista, com rotinas de controle de qualidade microbiológica. Falamos sobre a alimentação durante a amamentação, o que deve ser evitado, consumido com moderação e outros pontos que são muito importantes para esse período. Para que a mãe seja incentivada a amamentar, permitimos que ela frequente o espaço mais de uma vez por turno, e para as mães com dificuldade de deslocamento, o processo é realizado dentro do quarto de internação”, relatou a nutricionista responsável pela Sala de Coleta e Lactário, Raquel dos Santos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o leite materno é um superalimento que traz inúmeros benefícios, tanto para a mãe quanto para o bebê. “Para o bebê, existem estudos que mostram menos riscos de sobrepeso e obesidade na primeira infância, redução do desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade, diabetes, doenças inflamatórias intestinais, cólicas e otites. Para a mãe tem uma perda de peso muito maior pois a produção de leite demanda um aporte calórico muito grande. Redução da incidência do câncer de mama, menor índice de hemorragia após o parto, além da redução de custo por não ter necessidade de comprar fórmulas infantis e menor risco de contaminação por não ter manipulação”.
A Sala de Leite Materno do HSVP registra em média 63 atendimentos por dia. Durante a Campanha Agosto Dourado, a equipe das Maternidades, Pediatria, UTI Neonatal e Pediátrica desenvolveram ações que buscaram reforçar a importância do aleitamento materno e o vínculo entre mãe e bebê.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Hospital São Vicente de Paulo