Programa distribui bolsas de estudo parciais e integrais para estudantes de baixa renda. Ministério da Educação não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
Por Luiza Tenente, g1
A um dia do prazo final das inscrições, candidatos do Programa Universidade Para Todos (Prouni) do 2º semestre relataram ao g1 dois problemas no processo seletivo:
a ausência da chamada “classificação parcial” (mecanismo anunciado pelo Ministério da Educação para ajudar alunos a escolherem cursos nos quais tenham maior chance de aprovação);
e o “sumiço” de vagas que, no início da semana, estavam sendo ofertadas no sistema.
Após ser procurado pelo g1 nesta quarta-feira (4), o MEC prorrogou o prazo de inscrição do Prouni para sexta-feira (5).
Às escuras
O sistema do Prouni é dinâmico: ao longo do período de inscrições, o candidato pode mudar suas opções de curso quantas vezes quiser. Valerão as que estiverem marcadas às 23h59 da quinta-feira (4).
Até a última edição do programa, o site mostrava as notas de corte parciais de cada graduação, calculadas com base no desempenho dos alunos inscritos até aquele momento. Por exemplo: se alguém que tivesse tirado 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) visse que o índice mínimo exigido em medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) era de 890, poderia mudar sua escolha para alguma que oferecesse maior chance de aprovação.
Para o Prouni deste 2º semestre, o MEC anunciou uma mudança: em vez de exibir as antigas notas de corte, passaria a mostrar a classificação parcial do candidato em relação aos seus concorrentes diretos, de mesmo perfil (em ampla concorrência ou em determinado tipo de ação afirmativa).
No entanto, até a tarde desta quarta-feira (3), a um dia do prazo final das inscrições, havia apenas o aviso de “aguardar apuração”:
O MEC não detalhou a partir de que horário a classificação parcial seria disponibilizada. Em outros processo seletivos, como no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a atualização acontece diariamente, à meia-noite.
“Estou me sentindo afetada de todas as maneiras. Tento medicina há 6 anos e agora me enxergo com chances reais de passar, mas essa falta de classificação torna impossível acompanhar o processo e decidir em qual universidade me inscrever”, diz a candidata paraibana Liliane Karolayne.
Vagas desaparecendo
Outro problema descrito pelos participantes é o “sumiço” de vagas que estavam sendo ofertadas no Prouni no início da semana.
Na segunda-feira, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em Teresópolis (RJ), oferecia 32 vagas para pretos, pardos e indígenas; 5 para pessoas com deficiência e 24 na ampla concorrência:
Nesta quarta-feira (3), os números estavam menores: 26 vagas para pretos, pardos e indígenas; 4 para pessoas com deficiência e 20 na ampla concorrência:
O mesmo aconteceu em outras instituições de ensino.
“Estamos nos sentindo impotentes”, diz a candidata Millena Horato. “De repente, 11 vagas da universidade que escolhi simplesmente sumiram.”
Fonte: G1