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Fórum do Trigo aborda custo econômico da cultura

por Grupo Ceres
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O Grupo Ceres acompanhou os debates no Fórum do Trigo, evento tradicional na Expodireto Cotrijal realizado nesta quarta-feira (9), de forma presencial no auditório central do parque onde acontece a feira e também transmitido através da plataforma virtual Expodireto Digital.

Organizado pela Câmara Setorial do Trigo, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), com apoio da Cotrijal, o evento abordou temas como o custo econômico da cultura, a sua importância dentro de um sistema de desenvolvimento sustentável e a racionalização de recursos visando mitigar os efeitos da estiagem que assola o Rio Grande do Sul.

Em 2021, o aumento na área semeada no estado foi acima de 25%, de 930 mil hectares para 1.165 mil hectares, com uma produtividade de aproximadamente 3.000 kg/há. Foi a maior produção de trigo da história do Rio Grande do Sul, com cerca de 3,4 milhões de toneladas. O estado é atualmente o maior produtor nacional.

De acordo com os especialistas ouvidos pela reportagem do Grupo Ceres, o produtor gaúcho já deve se planejar para buscar maior eficiência na produção de trigo. Os custos da próxima safra devem ser elevados – estão 50% mais altos em relação ao mesmo período de 2021 -, mas os preços atrativos do grão geram boas oportunidades para a cultura. Além disso, o produtor deve lembrar da importância do trigo para o sistema de produção.

O economista Tarcísio Minetto, da FecoAgro/RS, reforçou que o trigo é a primeira cultura, no curto prazo, que pode gerar renda. “Há ofertas de vendas futuras interessantes, mas como não é possível controlar preços, o que cabe ao produtor é buscar um planejamento muito eficiente, otimizar o uso de recursos e sempre fazer o controle de custos”, destacou.

Minetto orientou que é importante o produtor ter domínio das informações de sua propriedade para que esse planejamento seja eficiente. “Diante de um cenário de risco de escassez de fertilizantes, não apenas para o inverno mas também o verão, é preciso aproveitar o efeito residual de fertilidade das últimas safras, otimizar operações e cuidar na escolha da cultivar para que não necessite de muitos manejos fitossanitários”, recomendou.

O coordenador da Comissão do Trigo das Culturas de Inverno da Farsul, Hamilton Guterres Jardim, explicou os avanços obtidos no Programa Duas Safras. Uma parceria entre Embrapa, Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o programa busca oportunidades para as culturas de inverno como insumo da ração de animal e na implementação de uma segunda safra no Rio Grande do Sul.

“O estado tem terras ociosas durante o inverno e além disso estamos vivendo uma escassez de milho. Há um ambiente de oportunidades para o trigo e também outros cereais de inverno e estamos trabalhando para dar opções ao produtor de aproveitar essas culturas para gerar renda”, disse.

O chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, defendeu que os cereais de inverno são uma grande oportunidade para país. Lembrou que 68 milhões de hectares são ocupados para a produção de grãos no verão Brasil e somente 3,3 milhões são aproveitados no inverno. Na Região Sul, dos 17 milhões de hectares cultivados com grãos, 2,3 milhões são usados para o inverno.

Ele reforçou também a possibilidade de utilizar os cereais de inverno para suprir as fábricas de ração e disse que a Embrapa deve lançar uma cultivar de cevada forrageira para suprir o vazio outonal. “Há espaço para aproveitarmos melhor as tecnologias disponíveis para gerar renda”, afirmou.

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