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Visando melhor identificação e manejo, publicação explica principais doenças do trigo

por Grupo Ceres
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“Num passado não tão distante, as lavouras de trigo sofriam danos significativos causados por diversas doenças com relativa frequência e, muitas vezes, em grande extensão de área”. Assim começa o Guia de Doenças do Trigo, publicação realizada pela Biotrigo Genética com o objetivo de auxiliar produtores, técnicos e estudantes na identificação das principais doenças que afetam a cultura. De acordo com o fitopatologista da Biotrigo e um dos envolvidos na produção do guia, Paulo Kuhnem, o material surgiu pela demanda em fazer a diagnose adequada das doenças no campo. “Existem várias doenças que acometem a cultura do trigo. Alguns sintomas são clássicos e facilmente relacionados a determinadas doenças, no entanto, no campo podemos ter diversas interações planta-patógeno, além de condições ambientais e a ocorrência de mais de uma doença na mesma planta. Muitas vezes, isso acaba gerando uma identificação errada no campo, o que compromete o manejo daquela lavoura”, explica.

Aos agricultores que buscam compreender melhor os aspectos relacionados aos sintomas, epidemiologia e as medidas de controle das principais doenças da cultura, o guia será exposto e distribuído no estande da Biotrigo ao longo da 22ª Expodireto Cotrijal. Para o doutor em fitopatologia, professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e co-autor da publicação, Ricardo Casa, o material pode fornecer informações relevantes no dia a dia do produtor. “Essas informações podem diferenciar algumas doenças que são controladas por fungicidas, como o oídio, ferrugens ou manchas foliares, e outras doenças abióticas, no qual não há a necessidade de aplicação fúngica, o que ocorre com doenças de espiga”, declara.

Triângulo da fitopatologia

Mas, de modo geral, quais são os principais fatores que influenciam na ocorrência de doenças? Segundo Paulo, são a presença de um patógeno, de um hospedeiro suscetível e as condições climáticas para o desenvolvimento do patógeno. “Pode-se, ainda, acrescentar um quarto fator, que está relacionado às práticas agrícolas realizadas pelo homem, pois o manejo pode influenciar, para mais ou para menos, a intensidade de ocorrência de doenças”, indica o fitopatologista. No Sul do Brasil, por exemplo, o ambiente com excesso de dias chuvosos no inverno causa a predisposição de diversas doenças no trigo. “A prevalência dessas chuvas pode influenciar na ocorrência de doenças foliares e doenças na espiga, como giberela e brusone, bem como algumas enfermidades do sistema radicular, como o mal-do-pé”, destaca Ricardo.

Doenças mais frequentes

A giberela costuma ser uma das doenças mais comuns nos estados do Sul, com um potencial de dano significativo, principalmente pela contaminação com a micotoxina deoxinivalenol (DON). De acordo com Ricardo, esses estados ainda costumam, frequentemente, sofrer a incidência de manchas foliares e oídio, por exemplo. Porém, para ele, a ocorrência dessas doenças em um determinado ano não é uma regra. “Depende do manejo adotado para cada propriedade, ou seja, depende da decisão de quem cultiva o trigo”, diz. Tais decisões definem o quão bem-sucedido será o controle de determinada enfermidade. “As estratégias podem visar a diminuição ou erradicação do inóculo inicial do patógeno, reduzir sua reprodução e dispersão com o uso de cultivares moderadamente resistentes ou resistentes junto ao uso de fungicidas e com medidas de manejo que reduzam as condições favoráveis ao patógeno. Dentre essas medidas, estão a rotação de culturas, o uso de sementes sadias, o manejo de descompactação de solos sujeitos ao encharcamento, entre outras”, complementa Paulo.

A resistência de cultivares a patógenos de difícil controle foi, inclusive, um dos maiores avanços da triticultura brasileira nos últimos anos. Para Paulo, é notável o nível de investimento feito em melhoramento genético com o foco nas doenças em que, muitas vezes, a resistência genética é o meio de controle mais eficaz a campo. “Temos a brusone, que ocorre principalmente na região do Cerrado. No Sul do Brasil, temos a giberela, vírus do mosaico e bacterioses”, destaca. Segundo ele, o melhoramento genético vem trazendo, cada vez mais, cultivares adaptadas às diferentes regiões tritícolas do Brasil e que buscam um equilíbrio entre produtividade, qualidade de panificação e resistência às doenças.

Biotrigo na Expodireto
Paulo Kuhnem e Ricardo Casa, dois dos quatro autores da publicação, estarão presentes nesta terça-feira (8), no estande da Biotrigo, para conversar com agricultores sobre as doenças do trigo. De acordo com Paulo, a oportunidade do contato próximo ao produtor para a explicação de questões relacionadas às doenças do trigo nesta Expodireto é de grande importância. “O primeiro passo para uma lavoura de sucesso é o planejamento. Neste momento, o produtor está se preparando para a safra de trigo de 2022, e o nosso intuito é esclarecer dúvidas relacionadas às doenças para que ele possa manejá-las adequadamente, obtendo o máximo de retorno econômico da sua lavoura ao final da safra”, finaliza.

Data: 8 de março de 2022
Local: estande da Biotrigo — Avenida A, número 508 — ao lado da Syngenta
Horário: 8h às 18h

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