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Hoje é comemorado o Dia da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul

por Grupo Ceres
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IMIGRAÇÃO ITALIANA – 20 de maio de 1875.

Desde a independência do Brasil (1822) o governo brasileiro alegava falta de mão de obra para a agricultura. Legalizou-se então o processo de requisitar famílias alemãs para o Brasil. Vieram os primeiros imigrantes alemães ao Brasil em 25 de julho de 1824. Passaram-se os anos e o Brasil envolvido em revoluções internas e mais a guerra do Paraguai, necessitava de mais gente para a lavoura, pois o processo dos escravos, movida pelos abolicionistas, prometia a libertação para muito breve. Como o Brasil estava impedido de recrutar mais colonos a Alemanha devido a boatos que corriam na Europa quanto ao tratamento dados aos alemães. Havia suspeitas de que eram maltratados. Foi daí que a corte brasileira se voltou para a Itália, que na época sofria os processos da Reunificação. Os colonos de lá já padeciam de uma má política defasada e o governo Italiano incentivava a emigração. Muitos países vinha aceitando imigrantes italianos e o Brasil entrou nessa oportunidade com o mesmo processo que determinou a vinda dos alemães. Os primeiros italianos começaram a chegar em 1875, destinados ao Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os imigrantes oriundos do Norte da Itália eram trabalhadores da terra. Os do sul eram mais dedicados à indústria, por isso, ao aqui chegarem foram se instalando nas cidades. No Rio Grande do Sul os trabalhadores da terra ocuparam duas áreas distintas: próximo de Santa Maria e na encosta superior da serra. Na distribuição das terras, cada família recebeu 25 hectares em média, pela qual deveriam pagar.

Agricultores por excelência, os italianos plantaram milho e dele tiraram o prato básico para sua alimentação “a polenta”. Plantaram uvas e incrementaram a indústria de vinho. Cultivaram trigo e frutas. Criaram suínos para carne e banha. O folclore italiano projetou-se na vida religiosa, econômica, alimentar, artística e também política. Trouxeram da Europa a cordeona e inundaram o Rio Grande com sons de gaita. Não tinham preferência por danças porque o padre dizia que baile era coisa do capeta, mas cantavam de fazer eco.  Espalharam canchas de bocha por todas as colônias, jogo de Môra, sovaram baralhos jogando Bisca, Quatrilho, Cinquilho e Escôva. Gostavam de reuniões de famílias, se visitavam muito e depois da partilha de alimentos, cantavam. Eram religiosos e levantaram muitos capitéis, marco da devoção Cristã que muitas vezes originava uma capela ou igreja e em torno de muitos deles se formaram cidades.

Foram heroicos… Mesmo com dificuldades se animaram na fé e se tornaram bravos na busca e no encontro com um novo mundo.

(Pesquisa: Flavio Neis)

CAMINHOS DA IMIGRAÇÃO ITALIANA NO RIO GRANDE DO SUL – IMIGRANTES

O processo de integração não acontece de repente. Os caminhos são difíceis. Dependendo do grau de diferenças culturais e da boa vontade dos grupos étnicos em jogo, pode levar anos. O maior desafio das pessoas que migram para outros países, foi conseguir alcançar uma integração plena na nova pátria. Para os imigrantes italianos, chegados ao Rio Grande do Sul, parece que o desafio não foi difícil de superar. Em parte se deve ao fato de que sua decisão em buscar uma oportunidade de vida melhor foi definitiva.  A maior preocupação de todos os imigrantes era garantir-se uma vida de bem-estar.

Pelos estudos, realizados junto aos primeiros imigrantes italianos e aos seus descendentes, parece que não houve graves traumas. Um fator positivo para essa integração tranquila pode ser atribuído ao fato de que a Itália era uma nação jovem e o fator mais decisivo, certamente, deve ser creditado à religiosidade. O imigrante era mais católico do que italiano, embora as duas condições estivessem inseparáveis.

O importante na integração é que cada nacionalidade, cada etnia, cada cultural preserve sua identidade através da manutenção da herança de seus valores culturais, inclusive na preservação de sua língua, mesmo se tratando de um dialeto. Os italianos criaram o “talian” para ser um instrumento vivo de comunicação, não só de recordação.

Junto com a agricultura, com igual importância, foi desenvolvida a criação de animais domésticos, especialmente o suíno não apenas pela carne, banha e pela fabricação de embutidos para a mesa familiar, mas com finalidade comercial. Um espaço que acompanhava invariavelmente a casa era a horta. Esta era, a bem da verdade, a fonte de grande parte do que era levado à mesa. As verduras eram indispensáveis. A marca característica primeira, reconhecida por todos, da contribuição econômica está no parreiral e no vinho. Falar em uva e vinho, no rio Grande do Sul, dá no mesmo que falar na imigração italiana. A própria arquitetura da moradia, com seu porão, fala por si. A Festa da Uva acabou sendo o maior referencial que concentra todas as demais conquistas econômicas da presença italiana na economia gaúcha.

OS CAMINHOS DA IMIGRAÇÃO ITALIANA NO RIO GRANDE DO SUL os levaram a uma forte participação na INDUSTRIALIZAÇÃO – PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA –  EVENTOS FESTIVOS E CULTURAIS – CONTRIBUIÇÕES CULINÁRIAS – VESTUÁRIO, LINGUA E ARQUITETURA da cultura social, política e econômica do RGS.

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