Esporotricose Humana é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais. A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo na pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o mais comum.
As principais formas clínicas da doença:
- Esporotricose cutânea: caracteriza-se por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços.
- Esporotricose linfocutânea:é a forma clínica mais frequente; são formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial é nos membros.
- Esporotricose extracutânea: quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele.
- Esporotricose disseminada: acontece quando a doença se espalha para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).
Quais as causas da Esporotricose Humana?
A esporotricose pode apresentar duas formas no seu ciclo de vida: micelial (de filamentos) e levedura (parasitária). Na forma micelial, o fungo está presente na natureza, no solo rico em material orgânico, nos espinhos de arbustos, em árvores e vegetação em decomposição. A forma de levedura é a que pode parasitar o homem e animais.
Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela implantação do fungo na pele ou mucosa por meio de um trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; ou arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o agente transmissor mais comum.
Como ocorre a transmissão Esporotricose Humana?
A transmissão ocorre por meio da contaminação de ferimentos já abertos ou pela inoculação (entrada) do fungo na pele a partir de um trauma. O fungo não é capaz de penetrar a pele sem lesão.
Atualmente, sua ocorrência está cada vez mais relacionada à transmissão por animais, principalmente a partir de gatos domésticos infectados e, ocasionalmente, por cães, pássaros, tatus e peixes.
A transmissão da esporotricose durante muito tempo foi relacionada exclusivamente a um trauma na pele, no entanto, tem sido observada a transmissão por via inalatória, decorrente, por exemplo, da tosse ou espirro de animais infectados.
Quais os sintomas da Esporotricose Humana?
Os sintomas da esporotricose aparecem após a contaminação do fungo na pele e o desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose. Mas também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhante ao de uma artrite infecciosa.
As formas clínicas da doença vão depender de fatores, como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão.
O período de incubação é variável, de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a inoculação, ou seja, entrada do fungo no organismo humano.
Como é o tratamento da Esporotricose Humana?
O tratamento dever ser realizado após a avaliação clínica, com orientação e acompanhamento médico. A duração do tratamento pode variar de três a seis meses, ou mesmo um ano, até a cura do indivíduo.
Como prevenir a Esporotricose Humana?
A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas, bem como o uso de calçados em trabalhos rurais. Os indivíduos com lesões suspeitas de esporotricose devem procurar atendimento médico, preferencialmente um dermatologista ou infectologista, para investigação, diagnóstico e tratamento.
Toda e qualquer manipulação de animais doentes pelos seus donos e veterinários deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Além disso, animais com suspeita da doença não devem ser abandonados, assim como o animal morto não deve ser jogado no lixo ou enterrado em terrenos baldios, pois isto manterá a contaminação do solo. Recomenda-se a incineração do corpo do animal, de maneira a minimizar a contaminação do meio ambiente e, com isso, interromper o ciclo da doença.
Quais orientações para os donos de animais sobre Esporotricose Humana?
Todo animal doente com suspeita de esporotricose precisa ser isolado das pessoas e de outros animais. As manifestações clínicas mais observadas no gato são feridas localizadas na face, especialmente no focinho, orelhas e patas, embora possam estar localizadas em qualquer parte do corpo do animal. Também podem apresentar áreas de alopecia (sem pelo). O uso de luvas é recomendado no manuseio do animal. Este deverá ser levado ao veterinário para a confirmação do diagnóstico e tratamento.
Uma vez confirmada a doença, o animal deverá ser separado do convívio das pessoas da residência, principalmente de crianças, recolhido em um local seguro. Seus utensílios, brinquedos e outros objetos precisam ser lavados com água e sabão e desinfetados diariamente. Em caso de morte do animal, este não deverá ser enterrado ou jogado no lixo, e sim encaminhado ao veterinário para incineração o mais rápido possível. Os locais onde o animal habitava precisam ser descontaminados, preferencialmente com hipoclorito de sódio.
Fonte: Ministério da Saúde
Assessoria de Comunicação Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS.