A paixão por fazer o agronegócio acontecer é um mergulho na história de pessoas que vivem o dia a dia e se dedicam a melhorar o trabalho do produtor rural e dos diversos profissionais envolvidos no setor. Essa paixão, longe de ser apenas uma mera subjetividade, revela-se como uma força motriz que permeia cada etapa do processo agrícola.
Nos campos, a paixão é palpável na dedicação incansável do produtor, que se entrega de corpo e alma à sua atividade, cultivando a terra com um entusiasmo que transcende o mero trabalho. Contudo, essa chama não se apaga com o pôr do sol, estendendo-se aos bastidores do agro, onde profissionais da indústria, verdadeiros arquitetos do progresso agrícola, compartilham suas histórias de paixão pelo projeto, teste e fabricação de máquinas agrícolas.
Para o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, os desafios e a recompensa de criar equipamentos vão muito além da tecnologia em si. É trazer soluções para o produtor, facilitar a vida no campo e conseguir tirar do papel a ideia de algo inovador.
– Eu trabalhei em algumas áreas dentro da Stara, mas logo o que eu mais me identifiquei foi a área de desenvolvimento de produto. Então comecei a fazer parte da área de engenharia experimental, que a gente diz que é ajudar nas ideias do projeto, mas principalmente colocá-las em prática, sair do computador e fazer a primeira máquina, construir, testar, corrigir até ficar pronta – destaca.
Diego Eggers, analista de Pesquisa e Desenvolvimento na empresa Fockink, iniciou a sua carreira como estagiário em uma área voltada para a eletrônica e programação. Atualmente, ele desempenha o papel de analista de pesquisa e desenvolvimento, continuando a aprimorar suas habilidades e a se manter atualizado com as demandas do mercado.
Já João Vitor das Chagas Silva, também analista de Pesquisa e Desenvolvimento na Fockink, destaca que começou a trabalhar com máquinas agrícolas durante a graduação em Engenharia Elétrica e percebeu que isso impactaria diretamente em toda a cadeia produtiva de alimentos. “A gente trabalha com a produção de alimentos, então toda a sociedade depende disso”, frisa.
Essa responsabilidade é vista como gratificante por todos eles, enfatizando que não estão apenas lidando com máquinas, mas com dispositivos que influenciam toda a sociedade, uma vez que estão no cerne da produção de alimentos.
Paixão que vem da infância
A paixão pela engenharia é algo que vem da infância. Para o engenheiro João Vitor das Chagas Silva, a curiosidade de saber como as coisas funcionavam e porque eram daquela forma fez com que o caminho na engenharia fosse natural. “Eu nunca fui a criança que quis ser astronauta. Meu sonho era construir o foguete”, compara.
Eggers compartilha sua jornada desde a infância, onde a curiosidade sobre máquinas o guiou para esse caminho. “Sempre gostei de máquinas, sempre gostei de ver como as coisas funcionam, sempre gostei de matemática, física, aquilo que todo engenheiro gosta de fazer de verdade”, compara.
Trennepohl trilhou um caminho notável desde criança, impulsionado pela paixão pela inovação e pelo talento em transformar ideias em soluções práticas. Desde seus primeiros anos, Átila demonstrou um interesse aguçado por máquinas, começando com a criação de carrinhos de rolimã de madeira. “Desde os sete ou oito anos eu adorava construir carrinhos de rolimã, mas os de madeira quebravam com frequência. Foi aí que decidi migrar para o aço” lembra Átila, refletindo sobre suas aventuras na infância.
Determinado a criar um carrinho mais robusto, ele insistiu para que seu avô o ensinasse a soldar aos 11 anos e aos 12 começou a ir semanalmente até a fábrica da Stara para aprender cada vez mais.
A carreira voltada para a engenharia
Quando questionados sobre a satisfação de verem suas inovações em operação, o destaque é para a importância dessa realização. Chagas comenta que ver um produto funcionando é um sentimento semelhante ao de ver um “filho” e enfatiza que estão contribuindo não apenas com máquinas, mas com inovações que impactam a sociedade.
Eggers destaca a felicidade ao transformar ideias em realidade e ao contribuir para resolver problemas práticos enfrentados pelos produtores. “Saber que podemos melhorar a vida para o produtor é gratificante. Os nossos sistemas de irrigação hoje, por exemplo, podem ser monitorados a distância, o que ajuda bastante no dia a dia”, explica.
Para o diretor-presidente da Stara, a maior satisfação é entregar para o produtor uma solução para o problema que ele já relatou e ainda levar algo a mais, como uma melhoria que vai facilitar o trabalho de quem está diariamente fazendo o agro acontecer. “Às vezes a gente volta para a empresa com alguma sugestão ou problema que o agricultor nos passou. Quando conseguimos solucionar isso e ainda entregar algo a mais, ver esse produtor satisfeito, faz todo o nosso trabalho valer a pena”, ressalta Trennepohl.
Projetar é melhorar o futuro
Olhando para o futuro, Chagas e Eggers apontam para a digitalização e coleta de dados como tendências-chave na agricultura. “Quanto mais dados a gente tiver, melhor a gente vai tomar decisões”, afirmam.
A facilidade da operação remota e a busca por informações precisas são características que definem o caminho das máquinas agrícolas, assim a coleta de dados é fundamental para melhorar o desempenho das máquinas, com sensores integrados permitindo monitoramento preciso. Para se ter uma ideia da evolução no setor, esses dados são enviados para um portal na nuvem, acessível remotamente ou localmente pelo produtor. A consultoria personalizada oferece suporte na interpretação desses dados, sugerindo ações preventivas ou otimizações.
Além de qualificar o trabalho do produtor rural, Trennepohl destaca que a tecnologia também tem um papel fundamental para manter o jovem no campo, seguindo o trabalho dos pais e proporcionando inovação na propriedade. “Nós vemos muitos jovens que passam a trabalhar com os pais e começam a levar novas tecnologias, inovações e mudanças para a propriedade. Às vezes encontram certa relutância dos mais velhos, mas conseguem implementar e melhorar a vida no campo”, comenta.
A paixão por projetar não é exclusiva dos gabinetes de projetos… Ela se entrelaça com operadores e produtores, que encontram satisfação em utilizar essas máquinas, testemunhando seu papel vital na ampliação da produtividade agrícola. Em meio a essa sinfonia de paixões por suas profissões, o agro se revela como um universo dinâmico e arrojado, onde cada elo da cadeia contribui para o progresso e o sucesso coletivo, moldando o presente e projetando o futuro do agronegócio.