A probabilidade de o Rio Grande do Sul enfrentar outro ano de La Niña está aumentando. Segundo o boletim recente do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado (Copaaergs), há uma estimativa de 60% de chance de o fenômeno afetar o Estado no segundo semestre de 2024.
A confirmação de dias menos frios e mais secos para a safra 2024/2025 só será possível em julho, conforme afirmou Loana Cardoso, agrometeorologista e coordenadora do Copaaergs.
Se o La Niña se concretizar, ele não deverá chegar antes que a safra de inverno seja implantada, enquanto o El Niño ainda influenciará com chuvas, ventos e granizo. O prognóstico indica que frentes frias e ciclones extratropicais, principalmente em abril e maio, devem se formar na porção Oeste do Estado.
As chuvas devem variar de normais a acima da média na maioria das regiões, com maior ocorrência na primeira metade do outono, especialmente no Norte.
“Em abril e maio, teremos eventos de chuva, mas não esperamos que sejam muito intensos”, observa Loana.
No entanto, a umidade começará a diminuir em junho, exceto na fronteira com o Uruguai. Prevê-se um contraste térmico devido às massas de ar quente do Brasil Central, com temperaturas acima da média no Norte, especialmente na divisa com Santa Catarina, e eventos de frio abaixo da média no Sul e Oeste, onde não se descarta a ocorrência de geadas.
Diante dessa instabilidade, Loana enfatiza a importância do planejamento antecipado para o plantio das lavouras de inverno e destaca a necessidade de os produtores acompanharem as previsões de curto prazo.
“Temos um clima muito variável no RS, e os extremos climáticos estão impactando os agricultores, já que a previsão só pode indicar eventos pontuais com cerca de 5 a 7 dias de antecedência”, diz a agrometeorologista.
Ao planejar o plantio dos grãos para este outono, os produtores devem considerar a possibilidade de períodos com sequência de dias chuvosos e garantir sementes mais resistentes à umidade e ao acamamento, pois a demanda é alta.
Da mesma forma, é recomendado o uso de cultivares resistentes a doenças fúngicas e a adoção de cultivos em ciclos longos, médios e curtos.
Fonte: Correio do Povo