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Renovação genética de rebanho bovino impulsiona valorização em remates de primavera

Temporada de 214 leilões previstos, tendo 75 deles em outubro, tem superado expectativas de leiloeiros

por Daiane Giesen
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A temporada de remates de primavera está revelando apetite de pecuaristas para a renovação dos touros, de olho na perspectiva do setor de valorização de terneiros a partir de 2026. O Sindicato dos Leiloeiros Rurais e Empresas de Leilão Rural do RS (Sindiler-RS) tem agendados 214 leilões para este ciclo – em outubro há previsão de 75 pregões. Até agora, as médias obtidas na comercialização têm superado em até 20% os preços do ano passado.

“Está se iniciando a retomada da valorização de dois anos atrás, mas os preços ainda estão muito baixos”, avalia o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais e Empresas de Leilão Rural do Rio Grande do Sul (Sindiler/RS), Fábio Crespo.

Na última semana de setembro do ano passado, o preço do boi gordo estava em R$ 7,50/kg, cifra 32,6% abaixo do recorde histórico de 2021, quando o quilo vivo ultrapassou R$ 11/kg. Atualmente, as cotações estão ao redor de R$ 8,50 (bois) e R$ 6,70 (vacas), chegando ao máximo de R$ 10 e R$ 8, respectivamente, conforme a Emater/RS-Ascar. Segundo Crespo, nos remates os touros têm sido negociados em médias entre R$ 15 e R$ 20 mil, e as fêmeas oscilam de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Conforme o presidente do Sindiler-RS, a busca por animais de melhor qualidade mira a reprodução de suas melhores características genéticas, que devem se refletir nos terneiros.

“Tem sido uma surpresa muito agradável, porque a previsão que tínhamos, mesmo antes da enchente, não era muito alvissareira”, diz o leiloeiro Marcelo Silva, diretor da Trajano Silva Remates.

A casa de leilões considerava o cenário pouco promissor, fundamentada nas dificuldades de preparo dos animais, que acabou atrasado e sendo encarecido por problemas na condução de pastagens por razões climáticas. “Estávamos projetando uma média entre R$ 13 e R$ 16 mil para touros das diversas raças em eventos que fossem medianamente bem-sucedidos, mas praticamente fizemos mais de R$ 20 mil em todos eles”, celebra Silva.

Liquidez

Os resultados foram obtidos com a venda de lotes importantes, incluindo embrião para a Argentina e uma fêmea que está mamando por R$ 75 mil. “Outro detalhe importante foi a fluidez e a liquidez que tiveram os remates, foram muito rápidos”, analisa. Em quatro eventos na temporada, a Trajano SIlva comercializou 347 touros e 41 fêmeas.

A agenda de leilões de primavera pode ser conferida no Guia de Remates, produzido em parceria entre o Sindiler/RS e a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O relatório digital reúne dados dos pregões promovidos pelos leiloeiros associados. A temporada atual já teve 39 remates em agosto e 58 em setembro e tem agendados 75 pregões em outubro, 34 em novembro e oito em dezembro. Os bovinos são protagonistas em 96 praças (44,86%), seguidos pelos equinos, com 95 leilões (44,39%), ovinos (21 remates) e embriões (2).

Profissionalismo

Os resultados nos leilões também têm influência na qualificação dos leiloeiros rurais. Em fevereiro, o Sindiler-RS promoveu um encontro para debater as perspectivas de negócios e avançar na profissionalização 0. “Todo mundo hoje está mais profissionalizado, atento às mudanças do mercado nas questões de tecnológicas e de comportamento, investindo em transmissões para oferecer mais qualidade aos clientes”, destaca Crespo.

 

Fonte: Correio do Povo.

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