Os extremos climáticos têm castigado o Brasil nos últimos dias. A transição de abril para maio começou com o alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para a onda de calor fora de época em diferentes regiões do País. Poucos dias depois, temporais causaram destruição em mais de 300 cidades do Rio Grande do Sul, na maior tragédia ambiental da história do Estado.
Parte disso se deve ao El Niño, fenômeno que ajuda a elevar as temperaturas do planeta desde meados de 2023. Mas especialistas destacam que a recorrência dessas anomalias climáticas – no Brasil e no mundo – tem relação direta com o aquecimento global.
Diante do risco de novas catástrofes, cientistas fazem o alerta. “Estamos vivendo num novo clima, cheio de ondas de calor e chuvas intensas, que trazem prejuízos socioeconômicos”, diz Paulo Artaxo, cientista que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas.
“A única maneira de lidar com isso é reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, acrescenta ele, também professor da USP.
“Nós já mudamos o clima do planeta, ele já é diferente do que havia nos últimos dez, vinte anos em relação à intensidade e frequência dos fenômenos climáticos extremos. É inegável que eles já estão impactando o clima de maneira muito significativa e certamente, com o agravamento do aquecimento global, só vão aumentar em frequência e intensidade no futuro.”
Fonte: O Sul