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Construindo uma sociedade acolhedora: Colorado promove ações sobre autismo com escolas municipais

Número de crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista, o TEA, vem crescendo nos últimos anos

por Daiane Giesen
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Em 2002, 1 em cada 150 crianças de 8 anos eram diagnosticadas com Transtorno do Espectro Austista (TEA) nos Estados Unidos, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Em 2008, o número subiu para 1 em cada 88. Em 2012, 1 em cada 69. Na última pesquisa, divulgada em 2023, 1 em 36. Segundo o órgão, o crescimento se dá pela melhor capacidade de diagnóstico, mas, também, outros elementos podem estar levando os casos de autismo, forma como a comorbidade é conhecida popularmente, como infecções virais em grávidas. 

De 2022 a 2023, no Brasil, o número de crianças e adolescentes com TEA matriculados em salas de aula comuns — ou seja, junto com alunos sem deficiência — saltou de 405.056 para 607.144, segundo dados do Censo de Educação Básica. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde de Colorado vem realizando ações de conscientização com a comunidade local. Coordenadora de Saúde Mental do município, Carolina Chitolina pontua que é a partir de movimentos como esses que uma sociedade mais consciente é formada. “Como os casos de autismo vem aumentando significantemente, o melhor a fazer é proporcionar entendimento sobre ele. É assim que ajudamos a combater preconceitos, criando um ambiente acolhedor e respeitoso”, observa. 

Durante abril azul, Mês de Conscientização sobre o Autismo, as atividades também apresentaram às crianças da rede municipal de ensino o tema. “Nós notamos como eles interagiram de forma positiva. Acredito que se as crianças tiverem empatia desde os anos iniciais, com certeza serão adultos melhores e, consequentemente, teremos uma sociedade melhor”, comenta Carolina sobre a grande receptividade dos alunos com as ações promovidas pela Equipe Teacolhe em parceria com o grupo Tripularte de Passo Fundo.

Em Colorado, atualmente seis crianças em idade escolar são diagnosticadas com TEA. “Elas são de diferentes níveis de suporte, 1, 2 e 3. Além de serem atendidas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), elas também recebem acolhimento de uma equipe multidisciplinar na Apae de Tapejara, que é conveniada com o nosso município, e onde os pequenos vêm recebendo atendimento desde o ano passado”, esclarece a coordenadora que ressalta, ainda, que as ações seguirão pelos próximos meses. 

SOBRE O TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento social e os padrões de interação e interesses de uma pessoa. Ele é parte de um espectro, o que significa que os sintomas podem variar amplamente de uma pessoa para outra. Alguns indivíduos com autismo podem ter dificuldade em se comunicar e interagir socialmente, enquanto outros podem ter interesses intensos em áreas específicas e exibir habilidades excepcionais em algumas áreas.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) os níveis de autismo são classificados com base no nível de suporte necessário. São eles: nível 1 (autismo leve), nível 2 (autismo moderado) e nível 3 (autismo severo).

Nível 1: Também conhecido como “autismo leve”, este é o mais brando e é caracterizado por dificuldades na interação social e comunicação, bem como comportamentos repetitivos e interesses restritos. Eles também podem apresentar comportamentos repetitivos, como balançar as mãos ou o corpo, e ter interesses intensos e restritos, como colecionar objetos específicos ou se concentrar em um tópico específico. 

Nível 2: Este segundo nível do TEA é considerado moderado e se caracteriza por dificuldades significativas na comunicação e interação social. Pessoas neste nível podem enfrentar maiores desafios para iniciar ou manter conversas, interpretar expressões faciais e compreender nuances da linguagem. Além disso, assim como no nível anterior, podem apresentar comportamentos repetitivos e ter interesses intensos e restritos.

Nível 3: Este nível é o mais grave, por isso é também conhecido como severo. Além de apresentarem as características já descritas nos níveis 1 e 2, este também é caracterizado por dificuldades significativas de comportamentos repetitivos. Normalmente, possuem uma deficiência mais severa nas habilidades de comunicação, tanto verbal quanto não verbal, e, consequentemente, dependem de maior apoio para se comunicar. Isso pode resultar em dificuldades nas interações sociais e uma redução na cognição. 

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