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Semeando paixão e produtividade

por Daiane Giesen
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Nas últimas décadas, o setor agrícola testemunhou um grande avanço em seu potencial produtivo. Muito desse sucesso se deve ao trabalho de pesquisadores e produtores dedicados ao desenvolvimento de cultivares cada vez mais eficientes. 

A gerente de produção de sementes da Cotrijal, Marcela Lange, que possui uma carreira acadêmica sólida, incluindo um doutorado em seu currículo, destaca como a paixão por cultivares e pela pesquisa impulsiona todo o processo, desde a concepção até a aplicação prática no campo.

– Hoje, alcançamos um patamar muito alto de potencial produtivo, em grande parte graças ao melhoramento genético e ao esforço incansável dos pesquisadores. Há não muito tempo, tínhamos lavouras com potencial de 20 a 30 sacas de soja por hectare. Hoje, graças às novas cultivares, vemos produtividades de até 130 sacas por hectare, como o campeão do CESB na safra passada, que atingiu 132 sacas por hectare em uma lavoura de sequeiro – comenta.

Esses avanços não ocorrem por acaso. Marcela enfatiza a importância do trabalho colaborativo entre pesquisadores, produtores de sementes e agricultores. Ela descreve que o ciclo de pesquisa, desenvolvimento e aplicação prática resulta em cultivares cada vez mais produtivas, capazes de impulsionar a agricultura a novos patamares de eficiência e sustentabilidade.

– O resultado final é uma conquista compartilhada, fruto de um trabalho em equipe que se estende desde os laboratórios de pesquisa até as lavouras e unidades de beneficiamento de sementes. É gratificante ver o impacto positivo que essas novas tecnologias têm na agricultura e na vida dos produtores – destaca Marcela.

Ao discutir sua paixão pelo trabalho, Marcela ressalta a importância de acompanhar de perto os avanços na pesquisa de sementes e tecnologia agrícolas. Ela exemplifica um avanço, como tolerância a pragas e herbicidas nas sementes, que está transformando a maneira como os agricultores conduzem suas operações.

– Desde a transição da soja convencional para a transgênica até as tecnologias mais recentes de tolerância a pragas e herbicidas, estamos constantemente avançando em direção a uma agricultura mais produtiva e sustentável – analisa.

No centro desse progresso está o papel fundamental das sementes como veículo para a introdução de inovações no campo. As empresas detentoras de genética desempenham um papel essencial no desenvolvimento de cultivares, enquanto os produtores de sementes, como a Cotrijal, atuam na multiplicação e disseminação dessas novas variedades.

– Nosso papel como produtores de sementes vai além de simplesmente multiplicar e distribuir. Somos responsáveis por garantir que os agricultores tenham acesso a cultivares de alta qualidade, capazes de maximizar o potencial produtivo de suas lavouras – explica.

Um trabalho de longo prazo

Em um mundo onde a qualidade das sementes desempenha um papel crucial na produtividade agrícola, a paixão pela pesquisa de cultivares e pela tecnologia de sementes é mais do que apenas um interesse acadêmico. É uma missão para indivíduos como Tiago Zanatta Aumonde, professor de Produção e Tecnologia de Sementes na FAEM-UFPel e coordenador adjunto de programas de mestrado e doutorado em Ciência e Tecnologia de Sementes na UFPel.

Aumonde compartilha sua perspectiva sobre como a pesquisa em sementes não só influencia, mas também molda a agricultura moderna. Ele destaca a importância da formação de profissionais em todos os níveis, desde a graduação até o doutorado, e como os resultados práticos da pesquisa podem ser aplicados diretamente na rotina diária dos produtores, contribuindo para a melhoria contínua do setor.

– Para mim, como professor de Produção e Tecnologia de Sementes, ver o impacto direto que nossa pesquisa tem na formação de profissionais e na melhoria da prática agrícola é gratificante. Auxiliar na formação de pessoas e trazer resultados importantes para o setor é uma fonte de grande satisfação – ressalta.

Quando se trata do desenvolvimento de uma nova cultivar, o pesquisador reitera a dedicação e o empenho necessários ao longo de todo o processo. Desde a seleção inicial de características desejáveis até a entrega final da semente ao produtor, o desenvolvimento de uma cultivar pode levar até 7 ou 8 anos, exigindo um comprometimento profundo por parte dos pesquisadores de plantas envolvidos.

– O processo de desenvolvimento de uma cultivar é longo e complexo, exigindo anos de trabalho árduo e dedicação por parte dos pesquisadores. Cada etapa do processo, desde a seleção inicial até os testes de campo, requer um cuidado meticuloso para garantir que a cultivar final atenda às necessidades do produtor e do mercado – explica o professor.

Da semente à lavoura

Ao ver uma lavoura exuberante e produtiva, fruto do árduo trabalho de pesquisa e da colaboração entre diferentes elos da cadeia produtiva, Aumonde comemora. “Como professor e pesquisador em sementes, é extremamente gratificante ver uma lavoura bonita e produtiva, sabendo que a qualidade da semente desempenhou um papel fundamental nesse resultado”, destaca. 

– Uma boa semente é essencial para carregar uma genética de qualidade e colher os melhores resultados, mas devemos lembrar que a “lavoura bonita” é o resultado não apenas da pesquisa, mas também do trabalho árduo e dedicado do produtor rural – finaliza Aumonde.

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