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Conab reduz novamente estimativa para colheita de grãos na safra 2023/2024

por Daiane Giesen
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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou nesta quarta-feira perspectiva de nova redução na estimativa para a produção brasileira de grãos na safra 2023/2024. A projeção é que o volume colhido seja reduzido em 13,5 milhões de toneladas frente ao ciclo passado, com colheita de 306,4 milhões de toneladas, redução de 4,2% em relação ao resultado da safra anterior. A semeadura e o potencial produtivo das lavouras desta temporada foram afetados negativamente por condições climáticas instáveis, com excesso de chuva no Sul e escassez e altas temperaturas na região central do país. Para o Rio Grande do Sul, a safra é calculada em 38,8 milhões de toneladas, 40,8% superior à de 2022/23, com área cultivada de 10,47 milhões de hectares, alta de 1,7% em comparação ao ciclo passado.

“A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que geram incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores”, disse o superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Aroldo Antonio de Oliveira Neto.

Soja

Principal cultura cultivada no país, a soja deve ter produção de 155,3 milhões de toneladas, quebra de 4,2% na expectativa, considerando que as primeiras projeções da Conab apontavam colheita de 162 milhões de toneladas. Conforme a Conab, as condições climáticas que influenciaram o plantio e o desenvolvimento da cultura também foram determinantes para a migração para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento de dezembro. Nesta temporada, o Mato Grosso tem área plantada de 12,2 milhões de hectares, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 6,6 milhões de hectares.

Arroz

Outro importante produto para os brasileiros, o arroz tem uma estimativa de produção de 10,8 milhões de toneladas, 7,2% superior na comparação com a anterior. Os preços do grão foram incentivos para o aumento de área em alguns estados produtores, enquanto o atraso no plantio, o volume excessivo de chuvas ou de veranicos em regiões diversas e dificuldades nos tratos culturais são variáveis que causam impactos desfavoráveis na produtividade.

O Rio Grande do Sul lidera a produção nacional, com 923 mil hectares semeados e expectativa de produzir 7,66 milhões de toneladas. A Conab projeta manutenção do consumo nacional em 10,3 milhões de toneladas e aumento para 2 milhões de toneladas na exportação e manutenção do volume importado em 1,5 milhão, em razão ainda da necessidade de recomposição da oferta nacional. Os estoques devem ficar próximos da estabilidade, estimados em 1,7 milhão de toneladas.

Milho

Para o milho, a Conab estima a produção total em 117,6 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior, reflexo de menor área plantada e piora na expectativa de rendimento. A primeira safra do cereal, que representa 20,7% da produção, vem passando por situações adversas como elevadas precipitações no Sul com falta de chuva e altas temperaturas no Centro-Oeste.

Segundo o boletim da Conab, para a segunda safra do grão, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado. A perspectiva de menor produção, somada à maior oferta disponível no mercado internacional (em meio à boa safra norte-americana), deverá reduzir o volume de exportações brasileiras em 2024. No entanto, de acordo com a Conab, o Brasil deve continuar a ser o maior exportador.

Trigo

No trigo, a expectativa de repetir o desempenho da safra de 2022 foi frustrada pela perda de produtividade a partir de setembro, quando a cultura sofreu com chuvas excessivas que persistiram até a colheita, favorecendo a incidência de doenças. Com a colheita encerrada, o trigo teve produção de 8,09 milhões de toneladas, redução de 23,3% em relação ao volume de 10,55 milhões de toneladas colhidos no ciclo anterior e produtividade em queda de 31,8%. Até o início da fase reprodutiva, as condições climáticas vinham beneficiando a cultura, com perspectivas de uma safra recorde semelhante à de 2022. Com a perda de qualidade do cereal, o país precisará importar mais trigo com PH panificável, passando de 6 milhões para 6,2 milhões de toneladas.

Feijão

Para o feijão, a Conab espera estabilidade em relação à safra passada, chegando a uma colheita de 3,03 milhões de toneladas. Porém, a implantação da primeira safra da leguminosa caminha para a conclusão e vem apresentando alterações negativas, devido à instabilidade do clima.

Fonte: Correio do Povo

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