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Brasileiros repatriados de Gaza chegam a abrigo no interior de São Paulo

por Daiane Giesen
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Parte do grupo de brasileiros e familiares repatriados de Faixa de Gaza chegaram na tarde desta quarta-feira (15) ao abrigo providenciado pelo governo federal no interior de São Paulo – a localização exata não foi revelada por questões de segurança.

No abrigo, especializado em receber refugiados, as 22 pessoas, de sete famílias, ficarão em unidades individuais, com quartos e banheiros, refeitório para alimentação e espaço para convivência.

O grupo havia deixado a base aérea de Brasília (DF), onde os repatriados foram recepcionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira (13), e desembarcado no Aeroporto de Guarulhos na manhã desta quarta.

Uma das brasileiras repatriadas, Shahed Al-Banna, de 18 anos, disse que está muito feliz com a recepção no abrigo, mas ainda segue preocupada com o resto da família que está na Faixa de Gaza.

“Ainda tem brasileiros lá, então não estamos tendo uma felicidade completa, pois nosso pensamento está com eles, mas já estamos mais tranquilos aqui”, falou Shahed Al-Banna. O grupo poderá ficar no abrigo por tempo indeterminado, já que solicitaram a ajuda por não terem onde se instalar no Brasil.

Situado na zona rural, o local tem espaço administrativo, salas de aula, áreas de lazer e alojamentos. O espaço funcionava como uma espécie de hotel fazenda, mas foi reformado para receber refugiados.

Atualmente, há 119 afegãos no local, que tem vagas para 160 pessoas. Já passaram por lá também venezuelanos e haitianos.

Inclusão dos repatriados

A proposta do projeto – chamado “Programa de Interiorização para Refugiados”, desenvolvido pela agência missionária da Convenção Batista Brasileira, em parceria com o ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) e com a FAB (Força Aérea Brasileira) – parte da oferta de acolhimento institucional na forma de abrigo.

Lá, eles passarão a ter aulas de língua portuguesa, noções de cidadania, orientações sobre a cultura brasileira e demais oportunidades para a inserção dos refugiados no mercado de trabalho brasileiro, segundo o site da instituição.

Segundo Fernando Brandão, diretor-executivo da agência missionária da Convenção Batista Brasileira, os refugiados afegãos que já estão no local preparam um almoço típico para receber os brasileiros e palestinos repatriados de Gaza.

“Essas famílias de repatriados [da Faixa de Gaza] passarão um tempo aqui, para ter um momento de paz. Elas precisam de descanso e nossa equipe está aqui preparada, com psicólogos, assistentes sociais e equipes do Ministério de Desenvolvimento Social para acolher essas famílias com amor, com paz”, falou Fernando Brandão.

O secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho, que coordena a operação de acolhimento, explicou que os repatriados fizeram a emissão de documentos, como a segunda via da carteira de identidade, da certidão de nascimento e o CPF (Cadastro de Pessoas Físicas).

A necessidade dos documentos, segundo Botelho, é para que elas “possam pleitear benefícios sociais que o governo federal vai oferecer”.

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