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Pesquisador gaúcho acredita que estamos perto de encontrar a cura da doença de Alzheimer

por Jéssica Gomes
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Na última semana, o Hospital Moinhos de Vento realizou a edição de agosto do Grand Round, cujo tema foi a doença de Alzheimer.

A instituição recebeu a visita do neurologista Pedro Rosa Neto, diretor do Centro de Pesquisa para Estudos em Envelhecimento e professor de Neurologia da Universidade McGill, de Montreal, no Canadá. A manchete do evento foi “Pesquisador gaúcho acredita que estamos perto de encontrar a cura da doença de Alzheimer”

“Existe esperança. Estamos no caminho certo”. Foi com esse otimismo em relação à cura que o médico gaúcho Pedro Rosa Neto, autoridade internacional na pesquisa sobre a doença de Alzheimer, encerrou sua apresentação no Grand Round, evento promovido pelo Hospital Moinhos de Vento no dia 2 de agosto. Essa edição do encontro apresentou os avanços na identificação e no tratamento da enfermidade.

A confiança do diretor do Centro de Pesquisa para Estudos em Envelhecimento e professor de Neurologia da Universidade McGill, de Montreal, no Canadá, se justifica. Nos últimos anos, pesquisadores de todo o mundo têm feito esforços para descobrir a melhor maneira de identificar e tratar o problema, ainda incurável.

No âmbito dos diagnósticos, apontou Rosa Neto, exames de imagem, com uso de PET- CT, são formas importantes de avaliação e de acompanhamento dos pacientes. As análises, no entanto, ainda têm custo elevado. Por outro lado, novos tipos de testes, mais acessíveis, estão cada vez mais perto de se tornar realidade. São exames de sangue – como os que medem glicose e colesterol, por exemplo –, capazes de indicar a presença de substâncias características da doença de Alzheimer no cérebro.

“Precisamos ter tecnologias capazes de fazer o mesmo que os exames de imagem fazem, mas com muito menos dinheiro. Isso é muito importante, pois terá impacto não somente na saúde pública, mas também vai trazer esses avanços para países sem tanta condição financeira”, disse o investigador gaúcho, apresentando uma tela com imagens de cérebros captadas por equipamentos de PET-CT.

“Essa imagem é muito poderosa. Faz uma associação entre o que a gente consegue medir no sangue e o que conseguimos medir no cérebro (com o PET-CT). Esses exames de sangue são correspondentes às mesmas alterações patológicas que a gente pode medir usando um scan, que custa, hoje, R$ 9 mil. Conseguimos fazer isso por R$ 400”.

A partir do diagnóstico correto, as chances de se ter um tratamento bem-sucedido aumentam. Atualmente, existem algumas drogas aprovadas e outras em fase de análise. Apesar de atuarem em uma das principais causas da doença – o acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro –, elas ainda não conseguem reverter a neurodegeneração do órgão e têm muitos, e sérios, efeitos colaterais.

“Essa é a primeira geração desses medicamentos. Acreditamos que as futuras virão com menos efeitos secundários, serão mais seguras e poderão trazer para os pacientes uma melhora clínica muito mais significativa”, concluiu o médico.

Também durante o evento, a instituição anunciou a criação do Centro de Memória, espaço dedicado à assistência, pesquisa e educação.

Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é o envelhecimento. Dado o crescimento da população idosa em todo o país e, especialmente, no Rio Grande do Sul, o Hospital Moinhos de Vento anunciou, por meio do superintendente médico Luiz Antonio Nasi, a inauguração do Centro de Memória. A coordenadora geral do local, a médica Sheila Martins, chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia, deu detalhes sobre o funcionamento do espaço, que tem previsão de inauguração ainda em agosto.

“Um estudo mostra que, no Brasil, 51% dos casos são preveníveis. Temos que fazer mais do que estamos fazendo hoje. Então, reunimos mentes brilhantes para unificar assistência, pesquisa e educação. Nesse espaço, teremos consultórios, área para infusões e reuniões para educação de pacientes e familiares”, contou Sheila.

Pilar fundamental do espaço, a pesquisa oportunizará aos pacientes a participação em ensaios clínicos, ampliando as possibilidades de investigação e de tratamento da doença.

“Estamos no melhor lugar e no melhor momento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) nos pediu uma população diversa para caracterizar os biomarcadores da doença de Alzheimer”, comemorou o pesquisador Eduardo Zimmer, professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Outro destaque do Centro é a educação voltada para familiares e cuidadores de pessoas com declínio cognitivo, que são profundamente impactadas pela doença.

Também participaram do Grand Round de agosto os médicos neurologistas do Hospital Moinhos de Vento Raphael Castilhos e Wyllians Borelli, e Igor Fontana, diretor de Programação Científica na Alzheimer’s Association.

 

Divulgação: Moinhos Critério

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