De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (20), o Brasil contabilizou 47.508 mortes violentas intencionais em 2022. Essa marca representa a menor taxa registrada desde o início da série histórica monitorada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudo, em 2011, quando o país registrou 47.215 mortes.
Comparado ao ano anterior, 2022 apresentou uma queda de 2,4% no número de mortes violentas, visto que em 2021 houve o registro de 48.431 óbitos nessa categoria. A média nacional de mortes violentas por 100 mil habitantes ficou em 23,4, de acordo com os dados apresentados.
As mortes violentas intencionais compreendem diversas ocorrências, como homicídio doloso, latrocínios, lesão corporal seguida de morte, mortes decorrentes de intervenções policiais e assassinatos de policiais.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a redução, mesmo que modesta, é um aspecto positivo que merece ser ressaltado. No entanto, é essencial enfatizar que os dados também revelam limitações metodológicas e questões que não podem ser ignoradas, para evitar que a população seja induzida a acreditar que o país é substancialmente mais seguro.
“Ainda somos uma nação violenta e profundamente marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais que caracterizam quem são e onde vivem as vítimas da violência letal”, alerta a entidade no estudo.
Desde 2011, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública vem compilando dados sobre mortes violentas intencionais, incluindo monitoramento das mortes por intervenções policiais. A partir de 2015, os dados de homicídio foram ampliados para abranger os feminicídios.
É importante destacar que os valores apresentados no gráfico são números absolutos de ocorrências, devido a limitações temporárias identificadas nas projeções das estimativas populacionais entre 2011 e 2021, decorrentes da divulgação do Censo 2022.
O ano de 2017 registrou um recorde preocupante, com 64.078 mortes violentas. Segundo a entidade, esse aumento significativo de violência a partir de 2016 está diretamente relacionado ao conflito entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Essas organizações criminosas passaram a expandir suas atuações para outras regiões, buscando alianças com grupos locais que também estavam envolvidos com o tráfico de drogas. Entre 2012 e 2018, o PCC acelerou esse projeto de expansão, o que acabou desencadeando o racha com o Comando Vermelho.