A região de Passo Fundo já colheu 35% das áreas de soja cultivadas nesta safra, alcançando médias produtivas de 15 sacas por hectares e 600kg/ha em algumas propriedades, o que contabiliza quebras de até 75% nos grãos plantados precocemente.
A estiagem que atingiu o sul no verão 2021/2022 deixou rastros marcantes na área de administração da Emater/RS – ASCAR de Passo Fundo. Segundo Oriberto Adami, as cultivares plantadas no cedo foram as que mais enfrentaram dificuldades. “Estamos tendo uma média de 15 sacas por hectare. Temos propriedades colhendo de 8 a 20, demonstrando que as do cedo foram as mais prejudicadas pela estiagem”, explicou.
Já a soja plantada tardiamente na região foi beneficiada com o retorno das chuvas em fevereiro e março, quando se encontravam em final de ciclo. “Houve uma melhora no potencial produtivo dessas plantas e temos áreas que estão colhendo de 45 a 50 sacas por hectare. Acreditamos que essa produtividade geral aumente para 30 sacas por hectare, cerca de 1800kg/ha”, esclareceu Oriberto.
Dentro de 10 a 15 dias, caso o tempo permaneça firme, as colheitas devem ser concluídas. A maioria das lavouras se encontra em processo de maturação fisiológica e nessa fase já não dependem mais da chuva para o seu desenvolvimento, sendo até prejudicial se as precipitações permanecerem por mais de uma semana. “Áreas que já vieram com problemas de estiagem, se persiste a chuva uma semana com a lavoura pronta para colher acarreta prejuízo na qualidade do grão”, explicou, ressaltando a importância de períodos de sol nesta reta final. “Se tivermos dois ou três dias de chuva e o retorno do sol, não há prejuízo. O problema se torna 8 a 10 dias com chuva”, concluiu.
Texto: Isabel Gewehr.