Em anúncio feito na Expodireto Cotrijal na tarde desta quinta-feira (10) por lideranças do agronegócio e políticos alinhados ao governo federal, foi informado que a União vai liberar R$ 1,2 bilhão para as linhas de custeio do Pronaf por meio de MP (medida provisória), que deve ser editada até o início da próxima semana.
Outros R$ 1,6 bilhão serão liberados para destravar o crédito rural do Plano Safra 2021/22, via projeto de lei que será votado no Congresso na próxima semana. Há expectativa de liberação de mais R$ 600 milhões para equalizar as prorrogações de financiamentos juntos ao bancos. Desse total, mais de 50% do valor deve ser operado junto ao Banco do Brasil.
O presidente da feira, Nei Manica, pediu ajuda da imprensa para dar as boas novas, após reunião via videoconferência com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que não veio a Não-Me-Toque. “Temos que entender a ministra, que está preparando com o governo o Plano Nacional dos Fertilizantes, que visa proteger o agro brasileiro dos efeitos da guerra Rússia X Ucrânia”.
Após negativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de comparecer a Expodireto, Manica disse que ‘nunca mais convida um presidente para participar da feira’. “Não vou mais chamar presidente da República para a Expodireto. Cansei de ir a Brasília. Ponto”, asseverou Manica.
O presidente da Expodireto, conduto, foi leniente com a falta da ministra da Agricultura. “A falta da ministra é compreensível, as condições de trabalho dela não permitem que ela venha ao evento agora, temos que dar voto de louvor ao seu trabalho, e parabenizar ela pelo trabalho que ela está realizando”.
Manica disse ainda que os envolvidos na organização do evento “estão felizes com os números positivos da feira. “A força da Expodireto, a força do Rio Grande do Sul é algo que devemos comemorar; estamos todos juntos em um só objetivo: trabalhar pelo produtor, em convergência, de forma a apresentar soluções para encaminhar para o Brasil”.
Medidas protetivas contra a estiagem
Aguardados pelos produtores atingidos nos quatro Estados mais afetados pela estiagem (RS, SC, PR e MS) o governo federal liberou mais recursos para mitigar a crise no setor agropecuário.
Mesmo com o aporte prometido, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, lembrou que ainda faltam recursos para dar cabo da crise que assola o estado. “Ainda falta resolver o problema dos médios e dos grandes produtores. São recursos que vão acima de R$ 5 bilhões, mas R$ 600 milhões precisam ainda para fechar o semestre na grande agricultura”.
O presidente da A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, fes outra ressalva: “Ainda não está resolvida a questão da agricultura familiar, apenas encaminhada, então precisamos continuar as tratativas para resolver essa questão com urgência”.