O diretor e proprietário da Brasoja Agro, Antônio Sartori, falou em entrevista ao Grupo Ceres, na manhã desta quinta-feira (10), sobre o efeito da estiagem no Rio Grande Sul. No encontro, realizado no estande do Grupo Ceres na 22ª Expodireto Cotrijal, Sartori apresentou uma série de números sobre a estiagem e seu reflexo na economia do Estado, em bate-papo comandado pela diretora executiva do grupo, Jussara Alberton Sirena.
Sartori destacou que a atual situação é de atenção para o produtor, pois mesmo que chova a partir de agora até o período da colheita, o volume não será suficiente para sanar os prejuízos já causados pela estiagem.
Em análise feita ao Grupo Ceres, Sartori disse que as culturas de soja e milho devem experimentar perda do Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente R$ 36,14 bilhões de reais.
O impacto na soja causado pela estiagem é de R$ 29,51 bilhões no Valor Bruto da Produção (VBP), enquanto que no milho este valor já é de R$ 6,62 bilhões. O efeito dominó na economia gaúcha é preocupante, considerando que a matriz insumo-produto, para cada R$ 1 gerado da porteira para dentro, outros R$ 3,29 serão gerados nos demais setores que atuam fora da porteira devido a este ganho de safra, pode chegar a R$ 115,67 bilhões só considerando a quebra nas duas culturas.
A quebra de safra de soja devido à estiagem é de 48,7%, sendo que em algumas regiões as perdas ultrapassam os 70%. Já no milho, as estimativas apontam para uma perda de 70% das lavouras
Tais perdas foram provocadas pelas altas temperaturas e a ausência de chuvas, que estão castigando a agropecuária gaúcha e em mais três estados. A soja e o milho, principais grãos da pauta de exportações brasileiras, são as culturas mais atingidas pela seca.
O número de municípios gaúchos que decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul por conta da estiagem foi de 200 para 300, de acordo com a Defesa Civil do Estado.
As principais entidades representantes da agropecuária no Rio Grande do Sul – Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS) tem se reunido para verificar, junto ao Ministério da Agricultura (Mapa, o que é possível fazer para mitigar os prejuízos dos produtores.
Ouça a análise completa do diretor e proprietário da Brasoja Agro, Antônio Sartori, acessando o site do Grupo ceres